terça-feira, 7 de outubro de 2014

Manaus, sua origem: os limites da cidade em 1852

Planta da cidade de Manaus em 1852.


“Em 1852 a villa da Barra, hoje cidade de Manaus, conservava-se tal qual devera ter sido em 1832, tendo menos população e número maior de seus edificios em ruinas. Por um croquis da planta da villa, que foi traçado a vol d’oiseau por meu sempre lembrado pai – João Baptista de Figueiredo Tenreiro Aranha, nos primeiros dias do referido anno de 1852, (...) Era cortada a cidade da Barra (...), ao Norte pelo igarapé da Castelhana, que desagua no da Cachoeira Grande e pelo dos Remedios (Aterro), no logar denominado Mocó, cujas aguas lançam-se no Rio Negro. Este último igarapé dividia o bairro da República do dos Remédios.

Ao Occidente o igarapé da Cachoeira Grande limitava a cidade, e entre elle e o do Espirito-Santo corriam os igarapés de S. Vicente, cuja fonte estava situada na extrema occidental da rua da Palma, hoje denominada Saldanha Marinho; e o da Bica, seu affluente, que nasce na rua 10 de Julho, ainda não existente nessa epocha, e cujo leito se estende ao longo do largo da Polvora, formando com o igarapé da Cachoeira Grande o arrabalde denominado Cornetas e Saco do Alferes. Abaixo do igarapé de S. Vicente desaguava no Rio Negro um outro que denominava-se de Seminário, cuja nascente era na rua Brazileira, tendo sido transformado depois na Praça da Imperatriz. Esses dous igarapés formavam o bairro de S. Vicente, assim como o do Seminario e o do Espirito Santo o bairro que tomava deste o nome. O igarapé de S. Vicente lança-se por duas boccas no Rio Negro e forma a ilha de S. Vicente, onde se acha installada a enfermaria militar. Também desagua no mesmo rio o igarapé do Espirito-Santo, cuja nascente estava próxima do logar onde se acha edificado o theatro.”


(ARANHA, Bento. Um Olhar pelo Passado. Manaus: Inprensa Oficial, 1897)



CRÉDITO DA IMAGEM: manausantiga.blogspot.com

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