sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Manaus, sua origem: Considerações finais

Fortaleza de São José da Barra do Rio Negro, 1754.

Manaus, 345 anos de muita História e Estórias. 345 anos de uma data que mescla o possível ano da fundação da Fortaleza de São José da Barra do Rio Negro, em 1669; com o dia e mês de um fato registrado, a elevação de Manaus à categoria de cidade, em 24 de outubro de 1848. Apesar de todos os percalços e a pinta de província, Manaus nos acolhe carinhosamente em seu seio. FELIZ 345 ANOS. - Fábio Augusto de Carvalho Pedrosa, 17, é estudante do ensino médio e pesquisador, autor dos artigos publicados no Jornal do Commercio, Quando Manaus foi Bela e Praças: convivência x recreação. É dono do blog História Inteligente, onde publica textos de História Geral, História do Brasil e História da Amazônia.


Declarações de alguns moradores ilustres


A ti Manaus:

Aguinaldo Nascimento Figueiredo.

"Manaus é a cidade mais universal que conheci em minhas andanças e olha que foram muitas. Mesmo tendo oportunidade de viver em outros lugares, supostamente paradisíacos, preferi ti escolher como meu asilo até a consumação do meu tempo. Em Manaus tudo é democrático, até mesmo o senso comum. É um lugar tão pitoresco que até babacas tem seus 15 segundos de fama e alguns até ensaiam pérolas filosóficas ou são eleitos para governar a cidade. Manaus tem um povo maravilhoso, não apenas o nativo, mas todos aqueles que a escolheram como berço e refúgio. Cidade cosmopolita, padece de muitas anomalias e de muita irresponsabilidade, principalmente por parte daqueles que juram tomar conta dela e fazem tudo ao contrário. Mas um dia ela vai se livrar dessa mediocridade e vai resgatar seu rumo, refazer e redesenhar seu futuro, para isso conte comigo minha aldeia mais globalizada do planeta Terra." - Aguinaldo Nascimento Figueiredo, 56, é professor e historiador amazonense, autor de História Geral do Amazonas, Santa Luzia: História e memória do povo do Emboca, Os Samurais das Selvas: a presença japonesa no Amazonas e centenas de artigos publicados em jornais e revistas.


Otoni Moreira de Mesquita.

"Cada um carrega sua cidade que constrói dentro si. Feita de experiências e vontades, resultado dos desejos e necessidades, construída a partir dos trajetos e contatos, dos cenários e paisagens experimentadas; dos cheiros e sabores registrados, dos personagens do cotidiano e da ficção e do imaginário. Tão material quanto abstrata. Grande parte inventada. Limites variáveis. Do estreito e seco ao mais amplo espaço. O homem que não está vazio não passará em branco pelas coisas que se manifestam na cidade. Poderá até deixar suas marcas, mas independentemente de sua vontade ela haverá de acompanha-lo a onde quer que vá, Não importa qual seja ela. Do norte ou do sul, pobre ou rica se fixará independente de seu gosto ou vontade." - Otoni Moreira de Mesquita, 61, é historiador, artista plástico e jornalista, autor de La Belle Vitrine: Manaus entre dois tempos 1890/1900 e Manaus: História e Arquitetura - 1852/1910.



Ed Lincon.

Por que eu amo Manaus?

"Porque essa é a cidade mais calorosa do mundo. Nossa cultura é rica. Nossa historia é cheia de mistérios e curiosidades. Eu amo Manaus acima de tudo!"- Ed Lincon, 45, é pesquisador sobre os cinemas de Manaus.


Rosa dos Anjos.

"Hoje seria um dia comum se nao fosse pelos 345 anos de uma cidade que me faz sempre voltar, quando viajo, pela comida, pelo carisma do povo, pela história,por tudo o que ela representa em minha vida. MANAUS ,MÃE DAS ÁGUAS, ENCANTADA TE AMO! Parabéns pelos seus 345 anos!" - Rosa dos Anjos é artista visual, agitadora cultural, estudante de Engenharia e Presidente da ACEAM (Associação de Cultura do Estado do Amazonas). É autora de uma das esculturas que fazem parte do roteiro turístico da cidade, a onça do CIGS (Centro de Instrução de Guerra na Selva).


Maria Evany do Nascimento.

Um poema para a amada:

Viajar é sempre bom!
Melhor ainda é voltar. Pra mim é assim.
Quando viajo alimento meus olhos de coisas novas, meus ouvidos, meu paladar, todos os meus sentidos se renovam.

Mas o desejo de renovação não quer ficar só em mim, quer abraçar minha cidade. Tudo o que experimento e gosto eu desejo ter na minha cidade. Não para deixá-la cópia de outros lugares, afinal de contas nosso "porto de lenha nunca será Liverpool". Desejo ter na minha cidade suas belezas exaltadas, suas qualidades potencializadas, sua gente mais feliz.

É certo que toda cidade tem seu calvário, que só pode ser reconhecido se peregrinamos por um tempo. Mas mesmo no caminho do calvário há belezas germinadas.

Manaus é minha cidade, de onde germinei. Posso voar para outros lugares e conhecer outra gente. Isso é bom! Me ajuda e me (re) descobrir e me (re) conhecer. E voltar.

Voltar para esse calor inquietante, no meio de uma cidade sufocada pela floresta. A cidade que nasceu entre o rio e a floresta. Onde eu sinto meus pés no chão. Onde sou parte.

Maria Evany do Nascimento, 40, é arte educadora, doutora em design e pesquisadora sobre as praças e monumentos da cidade. É autora de Monumentos Públicos do Centro Histórico de Manaus.






Benayas Inacio Pereira.



A simplicidade que encanta:

Sou Manaus, e meu signo, Escorpião.
Vivo feliz. Não tenho desenganos.
Hoje, completo, cheio de emoção,
Trezentos e quarenta e cinco anos.


Benayas Inacio Pereira, 79, é formado em Literatura pela AlGRASP (Academia de Letras da Grande São Paulo), poeta, revisor, cronista, contista e estudou Letras por dois anos. Esse paulista de Nova Granada vive em Manaus desde 2001.


De Imperatriz (MA)  para Manaus:

Devânia Carvalho da Silva.

"Manaus de diversidades, riquezas e paisagens exuberantes. Com seus rios e igarapés que servem de estrada para muitos ribeiros. Desde os tempos da Borracha és considerada a Paris dos trópicos, com um povo acolhedor, que batalha todos os dias por uma vida melhor, mas sem deixar a metrópole cercada pela floresta cheia de vida, riquezas e culturas herdada pelo processo de ocupação, de todos os povos vindos de varias regiões e outros continentes dando sua contribuição. O resultado de tudo foi essa Manaus com gente simples e feliz. PARABÉNS MANAUS PELOS SEUS 345 ANOS dando oportunidades para todos que aqui chegam."- Devânia Carvalho da Silva, 38, é formada em Licenciatura em Geografia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. Veio de Imperatriz, no Maranhão, em 2011. Atualmente desenvolve projetos e ministra aulas para o ensino fundamental e Médio.



A Manaus de Antigamente e a Manaus dos dias de hoje:


Gisella Vieira Braga.

"Como eu amo esse lugar! Minha vida, minha terra, minha casa e meu chão! O sentimento pela minha cidade vai muito além de palavras escritas, de fotos antigas e de prédios restaurados. Sinto paixão pela maneira como ela abraça e recebe o estrangeiro e a liberdade que gera seus filhos. Não importa onde o manauara esteja, ele leva Manaus no seu jeito de andar, falar e de agir. Manaus é assim, como cada um de seus filhos apaixonados, intensa e viva. Sinto-me como uma árvore plantada às margens do Amazonas, se arrancarem meus pés desse chão eu morro! AMO-TE MANAUS MORENA." - Gisella Vieira Braga, 31, é pedagoga e coordenadora pedagógica na SEMED, Manaus. É criadora da página Manaus de Antigamente, que resgata por meio de fotos, documentários, livros e documentos a História da cidade.



Um piauiense apaixonado por Manáos:


João Pinto.

"Fiquei tenso para escrever, hoje, sobre Manaus. Cidade também é gente que tem aniversário e uma mesa posta que espera os convidados. Em tua mesa, além do bolo, deve ter as pupunhas e os risos dos teus filhos, e as caldeiradas de tambaqui. Nessa noite, sento em uma das cadeiras e digo, Alô, Manaus, você me conhece? Sim, escreve para mim uma canção que me faça feliz nesses 345 anos. Boa noite, querida cidade, você para mim foi uma mãe adotiva, deu-me uma sala de aula, uma casa numa periferia, onde plantei minhas couves, inclusive uma família que agora dorme. E, caso queira me dar uma cova, mas que ao lado dela veja o Rio Negro, essa coisa que é o teu pôster mais bonito ao pôr-do-sol." - João Pinto, 63, é aposentado no Magistério amazonense. É também contista, autor de Luzes Esvaídas, O ditador da terra do sol e Contos de uma aula no vermelho, além do romance inédito O porão de Luzilândia, obra que trata sobre o mal de Alzheimer.



CRÉDITO DA IMAGEM: Manaus Sorriso

2 comentários:

  1. O aniversário da cidade é todos os dias. Nossa homenagem deve ser diária e respeitosa para que o lugar respire e nos acolha.
    Isso não é feito com pompas ou homenagens caras e inaugurações de obras, mas pela melhoria do bem comum para todos os usuários da cidade.

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  2. Perfeito. Ótimo comentário. Volte sempre :)

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