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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O mesmo lugar em dois diferentes momentos



Ver as transformações que ocorrem um um lugar, com o passar do tempo, é algo impressionante. Vejam a Rua Cinco de Setembro, no bairro de São Raimundo, primeira imagem de 1965, foi extraída do documentário "Amazonas, Amazonas", de Glauber Rocha; A outra imagem registrada em 2015 mostra a transformação da área, onde poucos bens imóveis de interesse para preservação ainda resistem, como o casarão de 1913 (http://on.fb.me/1L9ianG), ficava ao lado do antigo Cine Ideal, que não existe mais. O imóvel verde foi sede do São Raimundo.

A "ditadura do automóvel" mostra claramente as transformações urbanas que a cidade sofreu ao longo destes 50 anos entre uma foto e outra. A via que antes era ocupada pela sociedade, através dos quase cinquenta cinemas que se espalhavam por vários pontos da cidade, hoje restam apenas cinemas de shoppings.

A transformação urbana com uma nova metodologia de ocupação, através do Prosamim que avança cada vez mais pelos igarapés de Manaus, a foto mostra mais uma transformação, além do que a posse do automóvel promove sobre a evolução arquitetônica, com a posse de gradis e estacionamentos que deformam, ou degradam toda e qualquer paisagem urbana formada por conjuntos arquitetônicos, que um dia foram harmônicos à cidade. - Hoje os códigos de posturas não servem pra muita coisa.


CONTRIBUIÇÕES: Fabio Augusto de Carvalho Pedrosa, Elza Souza e Keyce Jhones

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Manaus, sua origem: os limites da cidade em 1852

Planta da cidade de Manaus em 1852.


“Em 1852 a villa da Barra, hoje cidade de Manaus, conservava-se tal qual devera ter sido em 1832, tendo menos população e número maior de seus edificios em ruinas. Por um croquis da planta da villa, que foi traçado a vol d’oiseau por meu sempre lembrado pai – João Baptista de Figueiredo Tenreiro Aranha, nos primeiros dias do referido anno de 1852, (...) Era cortada a cidade da Barra (...), ao Norte pelo igarapé da Castelhana, que desagua no da Cachoeira Grande e pelo dos Remedios (Aterro), no logar denominado Mocó, cujas aguas lançam-se no Rio Negro. Este último igarapé dividia o bairro da República do dos Remédios.

Ao Occidente o igarapé da Cachoeira Grande limitava a cidade, e entre elle e o do Espirito-Santo corriam os igarapés de S. Vicente, cuja fonte estava situada na extrema occidental da rua da Palma, hoje denominada Saldanha Marinho; e o da Bica, seu affluente, que nasce na rua 10 de Julho, ainda não existente nessa epocha, e cujo leito se estende ao longo do largo da Polvora, formando com o igarapé da Cachoeira Grande o arrabalde denominado Cornetas e Saco do Alferes. Abaixo do igarapé de S. Vicente desaguava no Rio Negro um outro que denominava-se de Seminário, cuja nascente era na rua Brazileira, tendo sido transformado depois na Praça da Imperatriz. Esses dous igarapés formavam o bairro de S. Vicente, assim como o do Seminario e o do Espirito Santo o bairro que tomava deste o nome. O igarapé de S. Vicente lança-se por duas boccas no Rio Negro e forma a ilha de S. Vicente, onde se acha installada a enfermaria militar. Também desagua no mesmo rio o igarapé do Espirito-Santo, cuja nascente estava próxima do logar onde se acha edificado o theatro.”


(ARANHA, Bento. Um Olhar pelo Passado. Manaus: Inprensa Oficial, 1897)



CRÉDITO DA IMAGEM: manausantiga.blogspot.com

domingo, 8 de dezembro de 2013

A Participação das Mulheres na Primeira Guerra Mundial

Mulheres trabalhando em uma indústria bélica.

Por Patrícia Ramos Braick e Miriam Becho Mota, em História: das cavernas ao terceiro milênio - do avanço imperialista no século 19 aos dias atuais.

Durante a Primeira Guerra Mundial, as mulheres que viviam nos países envolvidos no conflito, sofreram as consequências. Enquanto os homens deslocavam-se em grande quantidade para os campos de batalha, mulheres de classe média e alta passaram a trabalhar fora de casa.

No campo as mulheres ficaram responsáveis pela produção agrícola e pela criação de animais. As que viviam nas cidades foram trabalhar com transportes, dirigindo ônibus e caminhões, e também nas indústrias, entre elas a bélica. Muitas mulheres também dirigiram-se para os campos de batalha para trabalhar como enfermeiras, cozinheiras,motoristas de ambulâncias e etc. Mesmo que a Guerra tenha trazido angústia e sofrimento, ela propiciou muitas conquistas que contribuíram para a emancipação feminina. Em vários países, por exemplo, elas puderam se consolidar como profissionais e adquiriram a independência financeira.

Muitas mulheres conseguiram garantir melhores condições de trabalho e conquistaram um direito muito importante: Estudar em universidades. Melhor do que isso, foi a conquista da legalização do voto feminino em vários países, logo após a Guerra.

Também ocorreram mudanças expressivas no comportamento feminino.As mulheres alcançaram a liberdade de poder saírem sozinhas e dirigir automóveis, passaram a usar roupas mais confortáveis e aderiram ao uso de cosméticos.      

O mundo moderno do século XX exigia coisas práticas como esse tipo de roupa.



CRÉDITO DAS IMAGENS

http://is2fashion.blogspot.com.br
http://www.teoriacriativa.com



 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Breve História da Praça Antônio Bittencourt (do Congresso)

Folheando um livro antigo em um sebo ,encontrei um belo folheto contendo o histórico bem resumido da Praça Antônio Bittencourt,popularmente conhecida como Praça do Congresso:


O Patrono




Antônio Clemente Ribeiro Bittencourt nasceu em Manaus,no dia 3 de novembro de 1853,pouco mais de um ano após a instalação da Província do Amazonas.Filho do tenente José Ferreira Bittencourt e Damiana Filipa de Souza.Ingressou nas tropas que serviriam na Guerra do Paraguai,destacando-se como militar de carreira. Começou na condição de Alferes,passou à Guarda-Aduaneiro,Amanuense da Secretaria Geral da Província,progredindo em todas as funções e aposentando-se como Oficial Maior,ou Diretor Geral,com 25 anos de serviço.

Integrou o Partido Democrata,chefiado por Emílio José Moreira com o qual rompeu em 1896.Foi deputado provincial e deputado estadual em diversas ocasiões.Foi Secretário Geral do Estado no governo de Silvério Nery (1900-1904) e candidato ao senado da República (1903).Foi indicado e eleito vice-governador do Estado na chapa de Antônio Constantino Nery (1904-1908).Eleito Governador do Estado,no período de 1908 a 1912,com apoio partidário e do presidente Affonso Penna.Foi deposto do cargo em 1910,quando do célebre bombardeio de Manaus,mas reconduzido ao cargo por ordem do presidente da República Nilo Peçanha.O período foi de grande tumulto político e de graves consequências para as finanças e a ordem pública,mas ainda assim,Bittencourt foi austero em sua administração e honrado em toda a sua vida.

Foi um dos fundadores do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas,em março de 1917,assumindo a presidência logo após a gestão de Bernardo Azevedo da Silva Ramos.Integrou a maçonaria amazonense,galgando todos os graus e exercendo os mais destacados cargos administrativos.

Casou-se com Antônia de Andrada Bittencourt,com quem teve os filho Raymundo,Francisca e Agnello.Quando viúvo,casou-se com sua prima Amélia de Souza Bittencourt,com quem teve vários filhos,entre eles Dalila e Ilza.

Faleceu em 1926.

O Lugar



(Praça do Congresso,1959)

Ainda no tempo do Império do Brasil (1822-1889),tudo começou no espaço chamado de Largo do Paiçandu - homenagem ao território uruguaio tomado em 1865.Desapareceu com o aterro do Igarapé do Espírito Santo e a abertura de ruas e loteamentos,formando na parte final da região,o jardim do Palácio Novo.

Uma comissão de Saneamento do Estado propôs a bifurcação da Avenida Eduardo Ribeiro,em frente ao Palácio do Governo,para facilitar o trânsito de veículos,e para este fim,desapropriou áreas,iniciando-se o movimento de terras.As obras passaram a ser realizadas em derredor do Palácio e essa ampla esplanada,anos depois,foi sendo reduzida por cessão de terras públicas para edificações particulares,resultando na sua formação atual.Já designada Praça 5 de setembro - em homenagem à elevação do Amazonas à categoria de Província,o jardim foi completamente reformado,na administração municipal do professor Gilberto Mestrinho,sendo o desenho artístico elaborado pelo Dr.Areolino de Azevedo.

Os Nomes Antigos


Constituiu-se inicialmente como Largo do Paiçandu.A denominação seguinte foi Praça 5 de setembro.Recebeu o nome de Praça Antônio Bittencourt em homenagem ao político renomado da época - Antônio Clemente Ribeiro Bittencourt.Popularmente foi chamada de Praça da Saúde,em razão do edifício sede da Repartição de Saúde Pública,ali existente por muitos anos.



(Prédio da Saúde,1960)

A denominação popular que mais se fixou na memória coletiva foi Praça do Congresso,referência direta ao 1°Congresso Eucarístico Diocesano de Manaus e à comemoração dos 50 anos de criação do Bispado do Amazonas,realizado naquele logradouro em junho de 1942.



(Congresso Eucarístico e comemoração da criação do Bispado do Amazonas,1942)

Monumentos



Durante muitos anos a Praça permaneceu sem monumentos,constituindo-se em uma esplanada aberta diante do antigo Palácio,e só recebeu melhoramentos quando dos preparativos para o 1°Congresso Diocesano de Manaus,de 1942.Para esse evento foram edificados o mastro com a bandeira Nacional e o monumento a Nossa Senhora da Conceição.



(Monumento a N.S.Conceição,2002,foto de Maria Evany do Nascimento)

Anos depois,o prefeito Manoel Ribeiro mandou edificar um busto em bronze em homenagem ao governador Eduardo Ribeiro,Substituído na reabilitação e restauração do logradouro no Governo Omar Aziz,por meio da Secretária de Estado da Cultura.


Vizinhança


O entorno da Praça foi valorizado por vizinhança ilustre,ainda que tenha perdido o sentido da proposta original,de um grande jardim frontal ao Palácio do Governo.O palacete de esquina da Rua Monsenhor Coutinho serviu de Residência e gabinete de trabalho a Harold Howard Shearme Wolferstan Thomas,mais conhecido como Dr.Thomas,médico canadense formado em medicina tropical em Liverpool,atuou em Manaus por muitos anos.No mesmo palacete,anos depois,pelo prefeito Amazonino Mendes,foi instalada a Biblioteca João Bosco Pantoja Evangelista - importante escritor e professor amazonense.



(Residência e gabinete do Dr.Thomas,1922)

Na mesma quadra se encontram a residência da família Bulbol,comerciantes respeitados de Manaus,a casa de residência do diretor do Colégio Militar de Manaus e que serviu também de residência para os generais comandantes do GEF - Grupamento de Elementos de Fronteira e da região militar,Rodrigo Octávio Jordão Ramos quando comandante militar da Amazônia.

Ao centro e ao alto,no local onde seria o Palácio do Governo,está o Instituto de Educação do Amazonas,ali instalado pelo governo de Álvaro Maia.



(Instituto de Educação do Amazonas - IEA)

Do lado oposto,em linha com o Instituto Benjamin Constant,antigo Instituto Elisa Souto,encontra-se a residência do médico Arlindo Frota e o Prédio do Departamento de Saúde Pública,este já demolido.Completando o entorno,no local do antigo e belíssimo palacete Miranda Corrêa,está o edifício do mesmo nome,e o Ideal clube,de imponente arquitetura.



(Instituto Benjamin Constant)


(Palacete Miranda Correa,1930)



(Ideal clube)

praça tem sido logradouro para grandes festejos populares,cívicos,políticos e religiosos.Serve para solenidades cívicas de abertura da Semana da Pátria,solenidades comemorativas do Fogo Simbólico da Pátria,apresentação de bandas marciais escolares do Instituto Benjamin Constant,do Colégio Brasileiro,Colégio Dom Bosco,serviu para a posse do governador Gilberto Mestrinho,Comícios das Diretas Já,eventos sociais e desportivos.


Leiam:

Monumentos Públicos do Centro Histórico de Manaus,da escritora Maria Evany do Nascimento.

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