domingo, 15 de março de 2015

A História do primeiro segredo de Estado das Américas (por Miguel Angel Arce Peña)

Naylamp, o Deus Pássaro.

Na região do litoral norte do Peru nasceu uma civilização conhecida hoje como Mochica. Ainda não foi descoberta exatamente a procedência desse povo. Teorias acreditam que eles vieram de alguma civilização da Centro América (territórios dominados pelos maias e astecas). Pelo alto conhecimento de navegação eles vieram em embarcações até o território hoje conhecido como Lambayeque. Entre eles veio um jovem príncipe conhecido como Naylamp. Provavelmente eles eram sobreviventes de uma invasão e massacre de seu povo, e procuravam uma nova terra longe dos bárbaros maias ou astecas.
Naylamp conseguiu fazer crescer o novo povo que o acompanhou nesse êxodo, e como toda cultura ocidental eles criaram mitos e lendas de Deuses e deidades. Naylamp era considerado um ser divino em vida, e por ser uma divindade não podia mostrar a seu povo seu lado mortal. Igual à cultura Egípcia, ele fez construir um templo (pirâmide) onde ele colocaria uma imagem de um Deus que ele trouxe consigo de seu antigo povo.
Com o passar do tempo, Naylamp envelheceu, e isso poderia causar confusão nos súditos de seu reinado, pois deuses são imortais. Naylamp, então, decidiu isolar-se até a morte, mas antes se viu na necessidade de sumir, mas sem fazer seu povo perder a crença de que ele era filho dos deuses. Ele, em companhia de seus sacerdotes, foi para o templo onde descansariam seus restos mortais, e lá pensaram em criar uma História pra imortalizar ele e a sua descendência. Depois de muita conversa, decidiram contar a seguinte História: O príncipe Naylamp subiu para o alto de uma montanha, onde aos olhos de seus subordinados (sacerdotes) ele se transformou em um pássaro, e voando falou para eles que continuaria governando e cuidando de seu povo do céu.
Aqueles sacerdotes tinham a obrigação de difundir essa história em todo seu povo e em todos os territórios vizinhos, nascendo assim o primeiro segredo de Estado da História americana.
Depois disso Naylamp se confinou em seu templo onde ele envelheceu e morreu, sendo enterrado ao lado de seus sacerdotes e pessoas mais próximas. O enterro dos reis moches era da mesma maneira que dos faraós egípcios. Os Moches ou Mochicas também acreditavam na vida após a morte. Por anos muito falou-se sobre Naylamp, o Deus Pássaro que do céu cuidava e abençoava seu povo. O neto do Deus Pássaro quis tirar do templo de Naylamp a estátua sagrada dele, e, como consequência caiu uma maldição sobre o seu povo, com muitos dias de chuva, criando uma atmosfera de caos e incertezas. O povo, então, decide castigar aquele neto de Naylamp. Ele foi pego, amarrado e jogado ao mar, dando assim fim a dinastia de Naylamp.


Miguel Angel Arce Peña é natural do Peru, graduado em Artes Plásticas pela Escola Superior de Belas Artes de Ayacucho - Peru; Pós-graduado em Métodos do Ensino Superior pela UNINTER (Centro Universitário Internacional) - RO; Assistente em Projetos Elétricos pela ULBRA (Universidade Luterana do Brasil) - RO; e atualmente é professor do Centro Universitário do Norte (UNINORTE) em Exatas e Arquitetura.



CRÉDITO DA IMAGEM: literaturadelperu.wikispaces.com


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