Rua Marechal Deodoro, antiga Rua do Imperador. Cartão postal de 1918. FONTE: Manaus Sorriso.
A rua Marechal Deodoro, no Centro de Manaus, é famosa pelo movimentado comércio, sendo popularmente conhecida como rua do Bate Palma, em referência à forma como os vendedores divulgam seus produtos. Há mais de 150 anos, quando Manaus era capital da Província do Amazonas, seu nome era outro: Rua do Imperador, em homenagem ao Imperador Dom Pedro II (1825-1891). No presente texto, por ocasião da comemoração da Elevação do Amazonas à categoria de Província (a instalação ocorreu apenas em 01/01/1852), recupero a história dessa que foi uma das principais ruas da cidade naquele período.
A então rua do Imperador tinha início na Rua da Boa Vista (Marquês de Santa Cruz), estendendo-se até a Rua Brasileira (Avenida Sete de Setembro). Até 1870 ela tinha um aspecto acanhado, principalmente pela ausência de calçamento. Em 1868 a Câmara Municipal abriu a concorrência para o serviço de calçamento da Rua do Imperador, do canto da Praça Riachuelo até a Rua da Boa Vista:
"A camara municipal desta cidade, faz publico que tem de mandar calçar a rua do Imperador a começar do canto da praça de Riachuelo até encontrar a rua da Boa-Vista, pelo mesmo systema empregado no calçamento da rua Brasileira [...]
As pessoas que se quezerem propor a taes obras, deverão remetter suas propostas em carta feixada á secretaria da camara até o dia 16 de setembro, quanto ao calçamento da rua do Imperador". (AMAZONAS, 06/09/1868).
Concorreu, inicialmente, a firma Mesquita & Irmãos. Em 1869, em 08 de março, foi aberta uma nova concorrência, saindo vencedora a proposta de José Pereira de Sousa & Cia. O calçamento, com pedras botija, foi concluído apenas em 1870.
Na Rua do Imperador ficavam os principais estabelecimentos comerciais da cidade, as grandes oficinas tipográficas e as repartições públicas. Os anúncios comerciais publicados em jornais entre as décadas de 1860 e 1880 são bastante reveladores da importância dessa via pública. Pode-se dizer, sem exageros, que a rua do Imperador foi uma congênere regional da Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, centro da agitada Corte Imperial.
Os principais estabelecimentos comerciais dessa rua na época (1860-1889) eram os de Mesquita & Irmãos, de produtos variados (tecidos, ferragens, chapéus, aluguel de escravos etc); o Centro Comercial Amazonense, de José Teixeira de Souza Cia, de produtos variados (tecidos, ferragens, armas etc); a loja de fazendas e miudezas de Salomão Brun & Cia; o Bazar de Paris; o Empório Europeu; a loja de Moura Ferro & Cia; a Loja Esperança, de Bernardo Truão; o armazém de Leão Israel & Irmão; a oficina de alfaiate Tesoura Fluminense, de Antonio Cantizano; a oficina de barbeiro de Severo Caracciolo; a Tabacaria Amazonense, de Luitgard & Cia; o Café Chic, de Isidoro José da Silva; a botica de J. B. Rodrigues; a Farmácia e Drogaria Central, de J. F. Pedrosa; a Olaria Nazareth das Lages, de Machado e Silva & Cia; o Hotel Amazonas, de Demetrio Antonio Peixoto; o Hotel das Nações, de Oliveira & Mattos; o Hotel do Comércio; a tipografia do Jornal do Amazonas; do jornal A Voz do Amazonas; de Antônio Fernandes Bugalho; a oficina de sapateiro e posteriormente loja de calçados nacionais e estrangeiros de Francisco Euzebio de Souza; de repartições públicas, o Correio Geral; o Palácio do Governo (depois Tesouraria e Alfândega); a Chefatura de Polícia; e o Vice-Consulado Português; e educacionais, o Colégio Santa Rita.
A Rua do Imperador era bastante valorizada, sendo encontrados diversos anúncios de vendas de casas e terrenos para abrigar famílias ou receber empreendimentos. A Rua do Imperador reunia em sua extensão o melhor que podia ser encontrado na Província do Amazonas em comércio e serviços, de brasileiros e estrangeiros.
Os principais estabelecimentos comerciais dessa rua na época (1860-1889) eram os de Mesquita & Irmãos, de produtos variados (tecidos, ferragens, chapéus, aluguel de escravos etc); o Centro Comercial Amazonense, de José Teixeira de Souza Cia, de produtos variados (tecidos, ferragens, armas etc); a loja de fazendas e miudezas de Salomão Brun & Cia; o Bazar de Paris; o Empório Europeu; a loja de Moura Ferro & Cia; a Loja Esperança, de Bernardo Truão; o armazém de Leão Israel & Irmão; a oficina de alfaiate Tesoura Fluminense, de Antonio Cantizano; a oficina de barbeiro de Severo Caracciolo; a Tabacaria Amazonense, de Luitgard & Cia; o Café Chic, de Isidoro José da Silva; a botica de J. B. Rodrigues; a Farmácia e Drogaria Central, de J. F. Pedrosa; a Olaria Nazareth das Lages, de Machado e Silva & Cia; o Hotel Amazonas, de Demetrio Antonio Peixoto; o Hotel das Nações, de Oliveira & Mattos; o Hotel do Comércio; a tipografia do Jornal do Amazonas; do jornal A Voz do Amazonas; de Antônio Fernandes Bugalho; a oficina de sapateiro e posteriormente loja de calçados nacionais e estrangeiros de Francisco Euzebio de Souza; de repartições públicas, o Correio Geral; o Palácio do Governo (depois Tesouraria e Alfândega); a Chefatura de Polícia; e o Vice-Consulado Português; e educacionais, o Colégio Santa Rita.
A Rua do Imperador era bastante valorizada, sendo encontrados diversos anúncios de vendas de casas e terrenos para abrigar famílias ou receber empreendimentos. A Rua do Imperador reunia em sua extensão o melhor que podia ser encontrado na Província do Amazonas em comércio e serviços, de brasileiros e estrangeiros.
Com o golpe militar que proclamou a República em 15 de novembro de 1889, a mudança de nome era mais do que certa. Entre 1890, conforme pesquisa do historiador Mário Ypiranga Monteiro, uma nova nomenclatura foi proposta pelo intendente Pedro Guilherme Alves da Silva em 11 de novembro, referendada pelo superintendente José Carlos da Silva Teles na mesma data (MONTEIRO, 1998, p. 204). Ela foi renomeada como Rua Marechal Deodoro, em homenagem ao Marechal Manuel Deodoro da Fonseca (1827-1892), figura central dos movimentos republicanos e primeiro Presidente da República. No entanto, o nome Rua do Imperador, pelo menos em alguns periódicos, perdurou até 1894, o mesmo podendo ter ocorrido com a população, a ela referindo-se por um bom tempo com o antigo nome.
Seguem abaixo alguns anúncios comerciais de estabelecimentos que ficavam na antiga Rua do Imperador:
Seguem abaixo alguns anúncios comerciais de estabelecimentos que ficavam na antiga Rua do Imperador:
Para curar as sezões, febres intermitentes ou periódicas, as pessoas poderiam encontrar as pílulas ante-periódicas do Dr. Lemos na botica de J. B. Rodrigues, na Rua do Imperador. FONTE: O Catequista, 1869.
Julio Antonio Pereira dos Santos & Irmão anunciavam no jornal Amazonas ter para vender um terreno na Rua do Imperador, com fundos para o igarapé. FONTE: Amazonas, 1872.
Em 1875 o dentista norte-americano João Dix Weatherly veio do Pará oferecer seus serviços em Manaus, estabelecendo-se na Rua do Imperador por um mês. FONTE: Jornal do Amazonas, 1875.
O Bazar de Paris, loja de roupas e tecidos estabelecida na Rua do Imperador, frequentemente realizava liquidações a preços módicos. FONTE: Jornal do Amazonas, 1877.
Uma das grandes novidades do período provincial, em Manaus, foi a inauguração, em 16 de dezembro, do Restaurante Dois Amigos, de Ferreira & Guimarães, na Rua do Imperador. Além de servir o que havia de melhor na culinária, fazia entregas a domicílio. FONTE: Jornal do Amazonas, 1882.
FONTES:
Amazonas, 06/09/1868.
O Catequista, 1869.
Amazonas, 1872.
Jornal do Amazonas, 1875.
Jornal do Amazonas, 1877.
Jornal do Amazonas, 1882.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MONTEIRO, Mário Ypiranga. Roteiro Histórico de Manaus. Manaus: Editora da Universidade do Amazonas, 1998. (Acervo de Eros Augusto Pereira da Silva).
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