terça-feira, 14 de julho de 2015

O Modo de Produção Asiático

Lavoura – Pintura na tumba de Sennedjem.

O Modo de Produção Asiático, termo cunhado por Karl Marx, refere-se ao modo de produção das sociedades do Antigo Oriente Próximo. Temos aí civilizações que floresceram na região do Mar Mediterrâneo e também entre os rios Tigre e Eufrates. O Egito e a Mesopotâmia são os exemplos mais clássicos. O período em que se observa esse modo de produção vai de 4000 a.C. a 3.500 a. C.

Nessa época, o homem, graças ao domínio da agricultura e de outras técnicas de trabalho, já havia passado do nomadismo para o sedentarismo, fixando-se permanentemente em uma região, geralmente próximo à um rio, criando aglomerados urbanos que mais tarde deram origem às cidades-estados.

A economia dessas civilizações era predominantemente agrária. As terras cultivadas pertenciam ao Estado, representado pela figura de um monarca, considerado representante divino na terra. Esse monarca passou a dominar as terras por meio da força. Para poder exercerem suas atividades, os agricultores entregavam ao monarca tributos, formados pelo excedente da produção agrícola. Esse excedente era então dividido entre a nobreza, funcionários de alta patente e sacerdotes.

Esses agricultores estavam em um regime de servidão coletiva, pois para tirar seu sustento da terra, deveria submeter-se ao pagamento dessa "taxa". Além desses tributos, esses trabalhadores também eram deslocados para a construção de canais e irrigação e monumentos.

Antes de se tornar sedentário e mais complexo, o homem vivia em comunidades tribais divididas em caçadores (homens) e coletores (mulheres), onde os alimentos adquiridos eram distribuídos de forma igualitária entre os componentes da comunidade.

No Modo de Produção Asiático, temos grandes comunidades agrícolas sedentárias submetidas à um poder centralizador, o monarca (Estado), que se apropria do excedente de produção - Despotismo Oriental -  e marcada pela divisão social entre dominadores e dominados. Além da força e da religião, o Estado utilizava como instrumento de dominação a escrita, destinada à um pequeno grupo de funcionários públicos que controlavam a produção e recolhiam os tributos.

O nome "Modo de Produção Asiático" é uma referência à observação feita por Karl Marx, que registrou que, em alguns países da Ásia do século XIX, ainda existia uma economia dominada por um chefe tribal, em oposição ao liberalismo econômico da Europa.

Em síntese, podemos entender o Modo de Produção Asiático como uma forma de economia do Antigo Mundo Oriental marcada por forte intervenção estatal, quase inexistência de propriedade privada e pelo surgimento das divisões de classes.


CRÉDITO DA IMAGEM: antigoegito.org



sábado, 4 de julho de 2015

O que diferencia a História das demais Ciências Humanas?



Essa foi uma das perguntas da prova de Teoria da História, matéria lecionada pelo prof Almir de Carvalho Júnior. É uma pergunta interessante, se levarmos em conta que no centro das Humanidades, está o homem. Compartilho aqui com vocês a minha resposta.

Primeiro, devemos tomar conhecimento de que cada campo disciplinar possui sua singularidade, isto é, um aspecto que lhe torna único. O Direito, por exemplo, estuda o funcionamento das leis em sociedade. Essa é a singularidade desse campo. O objeto de estudo do Direito são as leis.

A História como ciência tem por objeto de estudo o homem. O sujeito é, ao mesmo tempo, objeto de estudo. Mas outras Ciências Humanas, como a Antropologia e a Sociologia, também possuem o mesmo objeto de estudo.

O que torna a História diferente das demais Ciências Humanas é a forma como esta explora e analisa seu objeto: A História estuda as ações do homem no tempo, utilizando como fontes os vestígios por ele deixado - materiais, imateriais etc; e utiliza para a construção de seu discurso um variado arcabouço de Teorias.

O que diferencia, enfim, a História das demais Ciências Humanas, é o pano de fundo em que seu objeto de estudo (o homem) está inserido, nesse caso, o Tempo.

Um dos livros lidos para a realização da prova e que também recomendo é: Teoria da História - princípios e conceitos fundamentais (Vol. 1), de José D' Assunção Barros.


CRÉDITO DA IMAGEM: curiososlinks.com.br