quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Pavilhão Universal

Pavilhão Universal, na Praça do Comércio. Cartão postal de 1917. FONTE: Manaus Sorriso.

O Pavilhão Universal, antigo quiosque localizado no Centro de Manaus, foi inaugurado em 1912 na administração municipal de Jorge de Moraes, tendo sido idealizado em 1909 na administração de Agnello Bittencourt. A construção, no início, ficou a cargo de José Avelino de Menezes Cardoso, que receberia uma concessão de 20 anos para explorá-lo. No entanto, foi transferida para Cerdeira & Oliveira (1).

De acordo com Durango Martins Duarte, o Pavilhão Universal tinha três áreas com usos distintos. No térreo funcionava o bar, e no subsolo e no andar de cima os jogos de salão (2).

Esses tipos de estabelecimentos, quiosques, bares e cafés, tornaram-se bastante comuns na cidade no início do século XX, reunindo uma clientela seleta de boêmios. Na região da Praça do Comércio e arredores, além do Pavilhão Universal, existiam também o Café dos Terríveis, o Bar Bolsa Universal e o Café Veneza. Ambientes puramente masculinos, que ofereciam bebidas nacionais e estrangeiras, conservas finas, sanduíches e bilhares, eram reflexo das transformações proporcionadas pela economia exportadora de borracha. Em 1914 ele é anunciado da seguinte forma no Jornal Sportivo:

Anúncio do Pavilhão Universal. FONTE: Jornal Sportivo, 26/04/1914.

De 1917 a 1928 teve como proprietário José Alves Júnior (3). A partir de 1928, com o falecimento de José Alves Júnior, passou a ser administrado por José Lopes, gerente do estabelecimento (4). Em 1948 foi aberta pela Prefeitura concorrência pela locação do espaço (5). Em anúncios de 1955, aparece como 'Pavilhão Universal, de viúva João Alves" (6). Francisco Alves de Andrade surge como proprietário a partir de 1958 (7). Nesse período ficou conhecido como Pavilhão Pará, em referência ao apelido do proprietário. Francisco Alves de Andrade foi seu último proprietário, ficando a frente deste até 1975.

O Pavilhão Universal em 1975, antes de ser desmontado. FONTE: Jornal do Comércio, 11/05/1975.

Essa construção, em estilo neoclássico, foi produzida em ferro e é desmontável, passando por diferentes locais ao longo de sua história. Inicialmente foi instalado na Praça do Comércio. Em 1975, após as intervenções urbanas na Praça da Matriz engendradas pelo Prefeito Jorge Teixeira, através do PDLI (Plano de Desenvolvimento Local Integrado), foi desmontado em instalado na Praça Ribeiro da Cunha, na rua Silva Ramos.

Posteriormente foi transferido para a Praça Adalberto Valle, em frente ao Edifício Tartaruga. Desta passou para a Praça Tenreiro Aranha (8). Por último, por ocasião dos 350 anos da cidade, está sendo recuperado pela Prefeitura, retornando à Praça Adalberto Valle.

NOTAS:

(1) Jornal do Comércio, 24/04/1912.

(2) DUARTE, Durango Martins. Manaus entre o passado e o presente. Manaus: Ed. Mídia Ponto Comm, 2009, p. 23.

(3) Almanaque Laemmert, RJ, edições de 1917 a 1928.

(4) Jornal do Comércio, 12/02/1928.

(5) Jornal do Comércio, 29/02/1948.

(6) Jornal do Comércio, 07/09/1955.

(7) Jornal do Comércio, 01/01/1958.

(8) Jornal do Comércio, 24/10/1996.

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