Maruja Ceballos Gomes, candidata do Balneário "Maringá". Jornal do Comércio, 19/11/1960.
Muitos
lugares e construções já desapareceram em nossa cidade, sem que
ficasse um simples registro de suas existências.
O
lugar em questão, o Balneário Maringá, é pouco conhecido por
causa de suas características: ambiente de luxo, restrito,
frequentado apenas por uma reduzida elite industrial e comercial.
Isso, no entanto, não o torna menos digno de nota, pois fez parte do
cotidiano de uma parte da sociedade manauara. Em poucos parágrafos,
o abordo, já destacando que uma melhor abordagem poderia ser feita
através da memória oral.
O
Balneário Maringá, criado entre o final da década de 1950 e o
início da década de 1960, estava localizado no quilômetro 06 da
Rodovia AM-010, em frente a entrada da boate Saramandaia. Era
propriedade particular do casal de comerciantes Alfredo Raposo e
Messody Sabbá Raposo. Esse era um balneário de luxo, frequentado
por pessoas da alta sociedade manauara da época, amigos íntimos do
casal Raposo e aqueles que por eles eram convidados. No local, uma
residência, uma grande piscina, um campo de futebol e muitos pés de
goiaba e caju.
O
casal Raposo promovia festas grandiosas, geralmente com temas
tropicais. Em 1966, realizaram “Uma noite no Havaí” ou “Noite
do Sarong”, na qual os convidados deveriam usar o traje sarong
(sarongue), saiote unissex utilizado pelos malaios. Foi montada uma
passarela onde os convidados desfilariam suas fantasias. Para animar
o evento, foi contratada a Banda da Polícia Militar do Amazonas e um
bloco carnavalesco, além de uma equipe de cinegrafistas e fotógrafos
para registrar o momento. A festa foi comentada por vários dias nas
colunas sociais dos jornais da capital. Ao que tudo indica, também
realizavam concursos de beleza onde eram escolhidas as representantes
do Balneário.
Além
das festas temáticas, eram realizados bailes de carnaval, churrascos
nos fins de semana e aniversários. Os almoços, tartarugadas,
peixes, churrasco à moda gaúcha, eram preparados por cozinheiros
locais ou vindos de outros estados e regados com chopes e uísques;
contando sempre com a presença de colunistas sociais. O Balneário
Maringá encerrou suas atividades na década de 1980, quando foi
adquirido pela extinta PORTOBRÁS (Empresa de Portos do Brasil).
FONTES:
Jornal
do Comércio, 19/11/1960
Jornal
do Comércio, 07/01/1966
Jornal
do Comércio, 01/12/1981
CRÉDITO DA IMAGEM:
Jornal do Comércio, 19/11/1960
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