quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Balneário Maringá

Maruja Ceballos Gomes, candidata do Balneário "Maringá". Jornal do Comércio, 19/11/1960.

Muitos lugares e construções já desapareceram em nossa cidade, sem que ficasse um simples registro de suas existências. O lugar em questão, o Balneário Maringá, é pouco conhecido por causa de suas características: ambiente de luxo, restrito, frequentado apenas por uma reduzida elite industrial e comercial. Isso, no entanto, não o torna menos digno de nota, pois fez parte do cotidiano de uma parte da sociedade manauara. Em poucos parágrafos, o abordo, já destacando que uma melhor abordagem poderia ser feita através da memória oral.

O Balneário Maringá, criado entre o final da década de 1950 e o início da década de 1960, estava localizado no quilômetro 06 da Rodovia AM-010, em frente a entrada da boate Saramandaia. Era propriedade particular do casal de comerciantes Alfredo Raposo e Messody Sabbá Raposo. Esse era um balneário de luxo, frequentado por pessoas da alta sociedade manauara da época, amigos íntimos do casal Raposo e aqueles que por eles eram convidados. No local, uma residência, uma grande piscina, um campo de futebol e muitos pés de goiaba e caju.

O casal Raposo promovia festas grandiosas, geralmente com temas tropicais. Em 1966, realizaram “Uma noite no Havaí” ou “Noite do Sarong”, na qual os convidados deveriam usar o traje sarong (sarongue), saiote unissex utilizado pelos malaios. Foi montada uma passarela onde os convidados desfilariam suas fantasias. Para animar o evento, foi contratada a Banda da Polícia Militar do Amazonas e um bloco carnavalesco, além de uma equipe de cinegrafistas e fotógrafos para registrar o momento. A festa foi comentada por vários dias nas colunas sociais dos jornais da capital. Ao que tudo indica, também realizavam concursos de beleza onde eram escolhidas as representantes do Balneário.

Além das festas temáticas, eram realizados bailes de carnaval, churrascos nos fins de semana e aniversários. Os almoços, tartarugadas, peixes, churrasco à moda gaúcha, eram preparados por cozinheiros locais ou vindos de outros estados e regados com chopes e uísques; contando sempre com a presença de colunistas sociais. O Balneário Maringá encerrou suas atividades na década de 1980, quando foi adquirido pela extinta PORTOBRÁS (Empresa de Portos do Brasil).


FONTES:

Jornal do Comércio, 19/11/1960
Jornal do Comércio, 07/01/1966
Jornal do Comércio, 01/12/1981



CRÉDITO DA IMAGEM:

Jornal do Comércio, 19/11/1960

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