Orante. Pintura sobre reboco do século III em uma Catacumba Romana, representando uma mulher em súplica e oração no que seria o Paraíso. Sob a pintura, os túmulos.
Em
Roma, os cemitérios se situavam fora dos portões da cidade. Os
romanos tinham os corpos cremados, e suas cinzas guardadas em urnas
junto das de outros parentes. Os judeus
que
viviam no Império enterravam
seus mortos em cemitérios subterrâneos, administrados pelas
sinagogas. Os cristãos seguiam a mesma prática dos judeus
referentes ao sepultamento, e seus cemitérios ficaram conhecidos
como ''catacumbas''.
As
catacumbas estavam localizadas em propriedades de cristãos ou de
ricos protetores pagãos. Os
cristãos que tinham algumas terras as doavam à comunidade cristã
para os sepultamentos que iam crescendo.
As
catacumbas possuíam uma estrutura bastante complexa, divididas em
ambulacra
(passagem subterrânea), loculi
(túmulos escavados na parede), pilae
(túmulos um sob do outro), arcosolium
(túmulos
decorados com um nicho em arco), cubicula
(câmaras
particulares para os túmulos de uma família) e as cryptae
(capelas decoradas com afrescos de motivos religiosos, dedicadas
geralmente a pessoas importantes e santos). Os túmulos eram abertos
dos dois lados da catacumba, e quando não existia mais a
possibilidade de novas escavações, o piso dos corredores era
escavado e recebia novos túmulos (formae).
Os
cemitérios cristãos eram protegidos contra sacrilégios pela Lei
Romana, que os considerava invioláveis. Os romanos tinham medo de
violar os túmulos cristãos, pois acreditavam que poderiam ser
incomodados pelos espíritos dos mortos. Quanto
a nomenclatura, as catacumbas eram reconhecidas pelo nome do antigo
proprietário onde foram escavados os túmulos; pela topografia onde
estavam assentadas; e pelo nome de algum mártir ou santo.
Enterros
em catacumba foram práticas em alta durante a época do Cristianismo
Primitivo (séculos I, II, III e parte do IV d.C.); que passaram a
entrar em declínio após a transformação do Cristianismo em
religião estatal do Império Romano, através do Édito de
Tessalônica de 380 d.C., realizado durante o governo de Teodósio I.
Os corpos passaram a ser sepultados em cemitérios localizados nos
terrenos das igrejas.
O
mapa abaixo, retirado do livro A
Idade Antiga –
Curso
de História da Igreja I, de
Franco Pierini (Paulus,
2013), nos dá a localização de 41 cemitérios cristãos ao redor
da cidade de Roma, espalhados pelas inúmeras vias que ajudavam na
comunicação entre as cidades italianas.
Esses cemitérios, além de representarem um dos aspectos culturais dos cristãos que viviam em Roma, são o testemunho da Arte Cristã Primitiva, representada nos inúmeros afrescos com motivos religiosos que decoravam os corredores de túmulos.
FONTES:
JEFFERS,
James S. Conflito
em Roma: ordem social e hierarquia no Cristianismo Primitivo.
São Paulo, Edições Loyola, s. d. Págs 73,74 e 75.
O mapa foi entregue pela professora de História Antiga II, Maria Eugênia Matos, aos alunos da graduação em História da UFAM (Universidade Federal do Amazonas).
CRÉDITO DAS IMAGENS:
historiasevariaveis.blogspot.com
A Idade Antiga - Curso de História da Igreja I
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