Por Antonio José Loureiro
As quatro criaturas aladas que simbolizam os Quatro Evangelistas - Anjo (Mateus), Leão (Marcos), Touro (Lucas) e Águia (João) - ao redor do Cristo em Glória, na Igreja de São Trofime, em Arles.
O Novo Testamento está constituído por quatro Evangelhos, sendo três sinóticos, muito semelhantes entre si, e o de João Evangelista, mais profundo.
O mais antigo deles seria o de Marcos, escrito entre os anos de 65 e 70 da nossa era, interpretando os conhecimentos de Pedro. O autor acompanhou Paulo, na sua primeira viagem, visitando Chipre e Roma, onde os seus escritos foram muito difundidos entre os convertidos de origem romana. Marcos é representado por um leão, símbolo do elemento fogo.
Simbolizado pelo homem, Mateus é o elemento água. Foi um coletor de impostos, em Cafarnaum, sendo o mais judaico dos quatro autores, e talvez por isso se diga: Mateus, primeiro os meus...Escreveu a vida de Cristo, entre os anos de 75 e 80. Para ele Jesus seria um novo Moisés. Lucas, o touro, a terra, foi um médico acompanhante de Paulo em suas viagens. Talvez tenha nascido em Antióquia, sendo um judeu helenizado, daí o seu Evangelho tornar-se o mais querido dos gregos. Foi escrito entre 75 e 80 d. C. e difundiu a Ressurreição e a opção pelos pobres e humildes.
João Evangelista, a águia de Cristo, o ar, terminou de escrever o Evangelho especial, no ano 95. Pregou em Éfeso, sendo influenciado pela filosofia grega e pelo gnosticismo pré-cristão. O seu Evangelho é o mais esotérico de todos, talvez por ter sido escrito em uma época posterior aos demais.
João também foi o autor do Apocalipse, compêndio escatológico tratando dos últimos dias, do Juízo Final, da volta de Cristo e da Jerusalém Celeste, escrito entre 90 e 95, e dirigido às Sete Igrejas da Ásia Menor, um livro rico em alegorias, simbolismos e numerologia, com aterrorizantes quadros e um fortíssimo chamamento para a regeneração. O seu primeiro versículo por muito tempo abriu as sessões da Maçonaria.
Além desses quatro Evangelhos muitos outros existiram, suprimidos com o tempo, a medida que a religião evoluía, ou quando considerados sem sustentação. São os chamados Evangelhos Apócrifos, alguns perdidos, outros reencontrados entre os coptas do Alto Egito, restos de uma tradição que permanece viva, coexistindo com islamismo, naquele país. Outros desapareceram na luta entre as igrejas de Pedro-Paulo e a dos dois Joões.

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