Eusébio de Cesareia (263 d.C.-339 d.C.); Gregório de Tours (538 d.C.-594 d.C.); Beda, o Venerável (672 d.C.-735 d.C.).
Eusébio inaugura a História da Igreja Cristã, analisa a História universal sob a perspectiva das Sagradas Escrituras e tece uma linha sucessória dos bispados das principais sedes episcopais desde os tempos apostólicos. Gregório de Tours e Beda, também cristãos, escreveram uma História episcopal e mais local, referente aos seus locais de atuação (Gália e Britânia, respectivamente).
Eusébio inaugura a História da Igreja Cristã, analisa a História universal sob a perspectiva das Sagradas Escrituras e tece uma linha sucessória dos bispados das principais sedes episcopais desde os tempos apostólicos. Gregório de Tours e Beda, também cristãos, escreveram uma História episcopal e mais local, referente aos seus locais de atuação (Gália e Britânia, respectivamente).
Eusébio escreveu uma crônica
na qual comparava a história hebreia com a de outros povos. Gregório
não dava muita importância para aspectos étnicos da Gália,
fazendo apenas algumas digressões necessárias sobre os francos, que
governaram a região. Beda apresenta, dentre os três, um maior
interesse pelo etnográfico, descrevendo os diferentes povos que
habitavam a Britânia, suas línguas e costumes.
Eusébio defendia, de forma
parcial, o estabelecimento da ortodoxia e a unidade da Igreja,
atacando judeus, pagãos e hereges. Gregório de Tours,
ideologicamente, atacava os seguidores da heresia Ariana. Beda
criticava, além dos monges irlandeses, a forma como o Cristianismo
era praticado em sua terra, sem uma unidade ou cronologia (data fixa
para a comemoração da Páscoa).
Quanto à língua, Eusébio
escreveu em grego koiné, que mais tarde foi traduzido para o latim.
Gregório escreve em um latim simplório, sem estilo e regras
gramaticais. Beda, que escreve sobre sua terra natal, também usa o
latim.
Eusébio foi considerado um
historiador erudito, pois como fonte tinha uma incrível biblioteca
composta de escritos do mundo antigo. Gregório não era um grande
conhecedor das obras clássicas, mas teve contato com os escritos de
Orósio e Eusébio. Beda tinha acesso à biblioteca do mosteiro de
Wearmouth-Jarrow, que reunia em sua época um bom número de livros.
Teve contato com os escritos de Orósio, Eusébio, Constâncio,
Gildas e Gregório de Tours.
Eusébio escreveu em outro
gênero, o martirológio (relato sobre os mártires, em especial a
perseguição ocorrida em Cesareia). Gregório de Tours escreveu
martirológios, biografias dos Patriarcas da Igreja, de São Martinho
de Tours, e uma coletânea de Milagres. Sua obra parece ser de
caráter homilético, isto é, voltada para a pregação religiosa.
Beda escreve gêneros diversos, como a martirologia, hagiografia
(estudo da biografia dos santos), cronologia, hinologia (estudo dos
cânticos) e poesia.
Eusébio reúne Igreja e Império
Romano em um só, pondo fim à ideia de cidade eterna que, dentro de
um plano divino, tem um início e um fim determinados. O status de
religião oficial do Império permitiu que sua historiografia
dominasse por longos séculos o mundo Ocidental. Gregório, na
posição de bispo de Tours, reporta-sse à Roma apenas em épocas de
conclaves. Beda não possuía grande relação com a cidade de Roma,
mas acreditava que o povo inglês era um povo escolhido, pois aquela
região era alvo constante de tentativas de cristianização.
Eusébio tentou usar uma
cronologia que, de alguma forma, se relacionasse com o relato
bíblico. Na Gália, Gregório funde história secular e eclesiástica
e, em determinado momento do livro, o vemos utilizando o ano de
coroação dos reis como marco cronológico. Ainda assim, este
escreve os fatos em ordem embaralhada e confusa. Beda, focado na
história eclesiástica, cria a notação cronológica datando os
fatos entre antes e depois de Cristo.
No campo social, Eusébio
permitia que as personagens de sua obra, fossem eles bons ou maus, se
defendessem, ou que, pelo menos, existissem com um nome ou data.
Gregório não privilegia fatos ou classes sociais, desde que estas
passem ensinamentos morais ou espirituais. Fala sobre reis, bispos,
padres, escravos, impostores etc. Beda registra os exemplos notáveis
de bondade e maldade. Critica a covardia, a inércia e a delinquência
moral dos bretões.
Eusébio tem uma visão
providencialista da História, isto é, com Deus como personagem
principal e o homem como instrumento do criador. Gregório cria uma
história cheia de anedotas e marcada pela curiosidade do social, do
vívido em diferentes estratos sociais. Beda conclui sua história
com a ideia de povo escolhido: os pictos e os irlandeses se
converteram ao Cristianismo, com exceção dos bretões, que
preservaram seus hábitos.
Eusébio descreve de forma
pitoresca a “vingança de Deus” contra seus perseguidores.
Gregório é detalhista, descreve cada ação e sentimentos de suas
personagens, como se quisesse se comunicar com os leitores. Beda é
autoridade tanto na forma da escrita quanto na apresentação das
fontes. Sua obra tem um tom dramático, exemplificado quando este
relata vividamente os embates entre cristãos e pagãos.
CRÉDITO DA IMAGEM:
http://congregalupino.blogspot.com.br/
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