Estabelecimento dos Educandos Artífices, instalado na antiga Olaria Provincial. FONTE: Manaus Sorriso
Neste
dia 21 de agosto, o bairro de Educandos comemora 161 anos de
fundação. Ele está Localizado na zona Sul de Manaus, em frente ao
Rio Negro, limitado pelos bairros de Santa Luzia, Colônia Oliveira
Machado, Cachoeirinha e Centro (ponte Pe. Antônio Plácido de
Souza).
A
origem desse bairro é ligada à criação do Estabelecimento dos
Educandos Artífices, instituição educacional criada através da
Lei N° 60, de 21 de agosto de 1856, onde eram ensinados os ofícios
de tipografia, sapataria, carpintaria, alfaiataria etc. Estudavam
nessa instituição jovens órfãos e de origem humilde. O nome pelo
qual o bairro ficou conhecido é uma lembrança do antigo
Estabelecimento dos "Educandos". Essa escola foi instalada
no prédio da Olaria Provincial, no local conhecido como Barreira de
Baixo.
De
acordo com o Relatório da Comissão Organizadora do Tombo dos
Próprios do Município, de 1927, as primeiras ruas do local
foram abertas em 1901, num total de 6, sob as ordens do
superintendente Dr. Arthur Cezar Moreira de Araujo. Por meio do
decreto n° 67, de 22 de julho de 1907, do superintendente interino
Coronel José da Costa Monteiro Tapajós, a localidade de Educandos é
batizada com o nome de Constantinópolis (Cidade de Constantino), uma
homenagem ao governador da época, Constantino Nery.
Ainda
com base nesse documento e nas informações do historiador Cláudio
Amazonas, em 1908 a Intendência Municipal, sob os comandos do
superintendente Domingos José de Andrade, através das Leis N° 487
(29 de fevereiro), 491 (4 de março), 507 (29 de maio) e 538 (9 de
dezembro), dá a denominação das primeiras seis ruas que foram
abertas no bairro:
A
rua Norte/Sul n°1 passa a chamar-se Boulevard Sá Peixoto, "em
homenagem ao sr. Senador Antonio Gonçalves de Sá Peixoto que tão
relevantes serviços ha prestado ao Estado do Amazonas e
especialmente à cidade de Manáos; As ruas Norte Sul n° 2 e 3
passam a chamar-se monsenhor Amâncio de Miranda e Innocêncio de
Araújo; As ruas Leste/Oeste n° 1 e 2 passam a chamar-se Delcídio
Amaral e Manuel Urbano; A que poderia ser a Norte/Sul n° 3, seria
chamada pelo povo de Boulevard Rio Negro, pois se constitui a faixa
marginal o bairro frente ao rio Negro. Quanto à praça, seria
batizada de Dr. Tavares Bastos, advogado e político alagoano, morto
no dia 3 de dezembro de 1875 em Nice, na França, que, dentre outros
feitos importantes de sua vida, inclui-se a luta pela abertura dos
portos do Amazonas ao comércio mundial e pela libertação dos
escravos.
Após essas significativas mudanças, o bairro de Educandos necessitava integrar-se com o restante da cidade, localizada no Centro e na Cachoeirinha. Até então, o contato era feito através das catraias, com seus portos localizados nas ruas Delcídio Amaral e Manoel Urbano. O primeiro porto levava em direção à rua Lima Bacury; o segundo, rua dos Andradas.
Após essas significativas mudanças, o bairro de Educandos necessitava integrar-se com o restante da cidade, localizada no Centro e na Cachoeirinha. Até então, o contato era feito através das catraias, com seus portos localizados nas ruas Delcídio Amaral e Manoel Urbano. O primeiro porto levava em direção à rua Lima Bacury; o segundo, rua dos Andradas.
Ponte Ephigênio Salles.
A
integração do Educandos ao restante da cidade se deu por meio das
pontes. Ao todo, em sua História, foram construídas três. A
primeira começou a ser construída em 1927, no governo de Ephigênio
Salles, sendo entregue à população dois anos depois, em 1929. Foi
batizada com o nome do referido governador. Com isso, o Educandos
estava conectado com o bairro da Cachoeirinha e, através desse, ao
Centro.
Ponte Juscelino Kubitschek.
Em
1° de maio de 1959, o então governador, Gilberto Mestrinho,
inaugurava a Ponte Juscelino Kubitschek, que esteve em Manaus para a
inauguração. Essa ponte também ligava o bairro à Cachoeirinha.
Sua construção se deu pelo aumento da demanda do tráfego na
cidade, da ligação com a estrada do Paredão para o aeroporto de
Ponta e Pelada e da Refinaria de Isaac Sabbá.
Ponte Pe. Antônio Plácido de Souza.
A
terceira e última é a Ponte Pe. Antônio Plácido de Souza, que
liga o Educandos, através da rua Delcídio Amaral, ao Centro, pela
rua Quintino Bocaiuva. Começou a ser construída em 1972, na
administração do prefeito Frank Lima, e foi concluída e inaugurada
em 18 de outubro de 1975, na administração de Jorge Teixeira. Seu
nome é uma homenagem ao primeiro vigário da paróquia de
N.S.doPerpétuoSocorro.
Através
da Lei N° 1469, de 7 de dezembro de 1979, de autoria do ex-vereador
Alfredo Dias, do
MDB,
o bairro de Constantinópolis voltou
a ser chamado de Educandos.
Lugares
Históricos
Av.
Leopoldo Péres - Com
suas obras iniciadas em 1928 e concluídas em 1929, a "Estrada
de Constantinópolis", como era conhecida na época, foi aberta
pelos membros da Sociedade Sportiva e Beneficente de
Constantinópolis, para facilitar o acesso dos moradores ao bairro da
Cachoeirinha, através da ponte Ephigênio Salles. No final da Grande
Guerra, com os Acordos de Washington encerrados e a nova queda dos
preços da borracha, muitos nordestinos passaram a se alojar em
subúrbios da cidade. A Estrada de Constantinópolis passou a ser
habitada por essas pessoas, que passaram a instalar no local pequenos
comércios. A presença dos nordestinos fez a estrada ficar conhecida
como Estrada dos Arigós. Atualmente, a avenida mantém a tradição
comercial, com inúmeras lojas de pequeno e médio porte.
Paróquia
de
Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro - Em
1928, durante as obras da Estrada, foi construída uma pequena capela
em madeira, dedicada à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O Pe.
Antônio Plácido de Souza assume o Curato Provisório de
Constantinópolis, que se tornou, em 15 de dezembro de 1941, Paróquia
de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A estrutura atual, de
alvenaria, começou a ser construída em 1946, sendo concluída anos
mais tarde. Está localizada na rua Inocêncio de Araujo.
Vila
Cavalcante - Uma
das primeiras construções em alvenaria do bairro, a Vila
Cavalcante, construída em 1912, é um dos últimos prédios
históricos do bairro. O nome é de origem de uma rica família de
seringalistas do Juruá. Foi adquirida por Manuel Figueiredo de
Barros, regatão, que a vendeu em 1935 para o comerciante Joaquim
Ferreira da Silva. Em 1924, em suas dependências, funcionou o Grupo
Escolar Machado de Assis e, na década de 1930, o escritório dos
Correios. Atualmente o prédio pertence à Fundação Santa Catarina,
organização religiosa da Igreja Católica. Está localizado no
Boulevard Sá Peixoto.
Orla
do Amarelinho - O
calçadão, de frente para o Rio Negro, é o principal cartão postal
do Educandos. De noite, é o point certo dos que querem se divertir
nos bares e casas de dança que ficam ao redor. Fato marcante
e trágico é que, às 9 horas do dia 23
de abril de 1970,
a área que atualmente compreende o Amarelinho desmoronou,
consequência de forte tempestade ocorrida um dia antes. Nenhuma
pessoa morreu, ocorrendo apenas a destruição das residências de
madeira e palha que existiam no local. Está localizado no Boulevard
Rio Negro.
Usina Labor - Em 1938, o empresário Isaac Sabbá adquire um grande terreno na Estrada de Constantinópolis, construindo nele a Usina Labor, destinada ao beneficiamento de sorva e borracha. A mão de obra empregada nessa indústria vinha do próprio bairro. Nos anos 1970 foi transformada em Fitejuta, agora funcionando como tecelagem de juta. O prédio é onde funcionou, até 2014, um dos supermercados DB. Fica na Avenida Leopoldo Péres.
FONTES: AMAZONAS, Cláudio. Memórias do Alto da Bela Vista: Roteiro Sentimental de Educandos. Manaus: Norma Propaganda e Marketing, 1996.
Relatório da Comissão Organizadora do Tombo dos Próprios do Município. 1927. Administração do prefeito Basílio Torreão Franco de Sá. Disponível em: http://catadordepapeis.blogspot.com.br/2015/08/livro-tombo-da-prefeitura-de-manaus-1.html. Acesso em 22/08/2015.
AMAZONAS, Cláudio. Constantinópolis: Origens e Tradições. Manaus: Edições Muiraquitã, 2008.
FONTES: AMAZONAS, Cláudio. Memórias do Alto da Bela Vista: Roteiro Sentimental de Educandos. Manaus: Norma Propaganda e Marketing, 1996.
Relatório da Comissão Organizadora do Tombo dos Próprios do Município. 1927. Administração do prefeito Basílio Torreão Franco de Sá. Disponível em: http://catadordepapeis.blogspot.com.br/2015/08/livro-tombo-da-prefeitura-de-manaus-1.html. Acesso em 22/08/2015.
AMAZONAS, Cláudio. Constantinópolis: Origens e Tradições. Manaus: Edições Muiraquitã, 2008.
CRÉDITO DAS IMAGENS:
Skyscrapercity
Blog do Coronel Roberto
Manaus Sorriso
Manaus de Antigamente
Eu lembro do tempo que a negada se reunia aí no amarelinho pra fumar um beck e ara aquela viagem...kkk
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