Amigos e amigas leitores, venho por meio deste avisar que estou, por causa das aulas na universidade, sem tempo para escrever artigos bem elaborados. Deixo aqui para vocês um quadro de conexões historiográficas na Antiguidade Grega, que mostra as ligações entre autores daquela região e suas obras. O quadro foi aqui reproduzido com a permissão do Prof. Dr. Auxiliomar Silva Ugarte, do Departamento de História da UFAM.
Vamos aprender a raciocinar historicamente, visitem o História Inteligente. Pretende-se incentivar as pessoas à leitura, à escrita e aos estudos das Humanidades, destacando aqui a importância da História, que não é simples “memorização” ou conjunto de datas e fatos, mas antes uma ciência na qual se busca compreender os processos humanos, processos esses que por serem humanos são desiguais, no tempo, repercutindo em mudanças na estrutura de nossa sociedade.
sexta-feira, 8 de maio de 2015
terça-feira, 17 de março de 2015
Rio de Janeiro "City of Splendour" (documentário de 1936)
Este belo documentário foi filmado no Rio de Janeiro em 1936, quando este ainda era a capital do Brasil. Intitulado Rio de Janeiro "City of Splendour", faz parte da série de documentários The Voice of The Globe, produzidos pelo jornalista e documentarista norte-americano John A. Fitzpatrick, e distribuídos pela Metro Goldwyn Mayer. A Technicolor, técnica de colorização de filmes em preto e branco, foi utilizada. Nele aparecem cenas do Palácio Monroe, Teatro Municipal, praças e a Avenida Beira Mar.
Palácio Monroe em 1936.
CRÉDITO DA IMAGEM: http://imagesvisions.blogspot.com.br/
domingo, 15 de março de 2015
A História do primeiro segredo de Estado das Américas (por Miguel Angel Arce Peña)
Naylamp, o Deus Pássaro.
Na
região do litoral norte do Peru
nasceu uma civilização conhecida hoje como Mochica.
Ainda
não foi descoberta exatamente a procedência desse povo.
Teorias
acreditam que eles vieram
de alguma civilização da
Centro
América
(territórios
dominados pelos maias e astecas).
Pelo alto conhecimento de navegação eles vieram
em embarcações até
o território hoje conhecido como Lambayeque. Entre eles veio um
jovem príncipe conhecido como Naylamp. Provavelmente
eles eram sobreviventes de uma invasão e massacre de seu povo, e
procuravam
uma nova terra longe dos bárbaros maias ou astecas.
Naylamp
conseguiu fazer crescer o novo povo que o acompanhou
nesse êxodo, e como toda cultura ocidental eles criaram mitos e
lendas
de Deuses e deidades. Naylamp era considerado um ser divino em vida,
e por ser uma divindade não podia mostrar a seu povo seu lado
mortal. Igual
à cultura
Egípcia, ele fez construir um templo (pirâmide) onde ele colocaria
uma imagem de um Deus que
ele trouxe consigo de seu antigo povo.
Com
o passar do tempo, Naylamp envelheceu, e isso poderia causar confusão
nos súditos de seu reinado, pois deuses são imortais. Naylamp,
então, decidiu isolar-se até a morte, mas antes se viu na
necessidade de sumir, mas sem fazer seu povo perder a crença de que
ele era filho dos deuses. Ele, em companhia de seus sacerdotes, foi
para o templo onde descansariam seus restos mortais, e lá pensaram
em criar uma História pra imortalizar ele e a sua descendência.
Depois de muita conversa, decidiram contar a seguinte História: O
príncipe Naylamp subiu para o alto de uma montanha, onde aos olhos
de seus subordinados (sacerdotes) ele se transformou em um pássaro,
e voando falou para eles que continuaria governando e cuidando de seu
povo do céu.
Aqueles
sacerdotes tinham a obrigação de difundir essa história
em todo seu povo e em todos os territórios
vizinhos, nascendo
assim
o primeiro segredo de Estado
da História
americana.
Depois
disso Naylamp se confinou em seu templo onde ele envelheceu e morreu,
sendo enterrado ao lado de seus sacerdotes e pessoas mais próximas.
O enterro dos reis moches era da mesma maneira que dos faraós
egípcios. Os Moches ou Mochicas também acreditavam na vida após a
morte. Por anos muito falou-se sobre Naylamp, o Deus Pássaro que do
céu cuidava e abençoava seu povo. O neto do Deus Pássaro quis
tirar do templo de Naylamp a estátua sagrada dele, e, como
consequência caiu uma maldição sobre o seu povo, com muitos dias
de chuva, criando uma atmosfera de caos e incertezas. O povo, então,
decide castigar aquele neto de Naylamp. Ele foi pego, amarrado e
jogado ao mar, dando assim fim a dinastia de Naylamp.
Miguel Angel Arce Peña é natural do Peru, graduado em Artes Plásticas pela Escola Superior de Belas Artes de Ayacucho - Peru; Pós-graduado em Métodos do Ensino Superior pela UNINTER (Centro Universitário Internacional) - RO; Assistente em Projetos Elétricos pela ULBRA (Universidade Luterana do Brasil) - RO; e atualmente é professor do Centro Universitário do Norte (UNINORTE) em Exatas e Arquitetura.
CRÉDITO DA IMAGEM: literaturadelperu.wikispaces.com
Amigos leitores e leitoras do História Inteligente, esse é o primeiro texto que me foi enviado para ser publicado aqui no blog. Está interessado? envie seu texto para historiadorcarvalho@gmail.com (com nome e, se quiser, uma foto). Não é obrigado ter formação acadêmica. Apenas envie um texto sobre algum assunto relacionado a História. Os créditos serão todos seus.
quinta-feira, 12 de março de 2015
Zona Oeste de Manaus: Casarões antigos (1908 e 1913)
No bairro de São Raimundo, na Zona Oeste de Manaus, existem alguns prédios históricos (foram identificados 4), infelizmente abandonados pelo poder público. Se existem prédios caindo aos pedaços dentro da área de tombamento do Centro Histórico, no coração da cidade, imagine em áreas mais afastadas, como a Cachoeirinha e a Praça 14 de Janeiro, por exemplo.
Essas fotos foram feitas no dia 10/02/2014, durante um passeio com a jornalista, escritora e pesquisadora Elza Souza, especialista na História do bairro de São Raimundo. Esse casarão, localizado no bairro anteriormente citado, foi construído em 1908. Fica na rua da Sede. Ainda não se sabe quem mandou construí-lo. A atual moradora já o comprou em péssimo estado de conservação, e atualmente não possui recursos para restaurá-lo. O interior é ricamente decorado com pinturas realizadas na década de 1930. Eu e a pesquisadora Elza Souza vamos fazer uma pesquisa mais apurada e descobrir de quem foi a residência.
Teto da Sala, decorado com motivos florais.
Uma das pinturas que ornamentam a residência.
O segundo casarão, construído em 1913, está localizado na rua 5 de Setembro, perto da ponte Fábio Lucena. Foi, por décadas, residência da família Valentim Normando, cujo membro mais ilustre foi o político Ismael Benigno. Em péssimo estado de conservação, funciona em suas dependências um comércio. A foto abaixo foi retirada do Google Maps em 2012, quando o local funcionava como salão de beleza. Antes de terminar o passeio ainda pude fotografar uma casinha construída entre 1940 e 1950, no bairro da Glória.
Casa construída entre 1940 e 1950, no bairro da Glória.
Espero que os órgãos responsáveis pelo Tombamento Histórico tomem conhecimento da existência dessas construções, que precisam urgentemente de reparos.
quarta-feira, 11 de março de 2015
Colônia Imperial: História do bairro Colônia Oliveira Machado
Igreja de São Francisco das Chagas. Década de 1970.
Localizado
à margem esquerda do Rio Negro, vizinho dos bairros Educandos, Santa
Luzia, São Lázaro, Crespo,
Morro da Liberdade e Vila Buriti; e
com uma população estimada em mais de 8.500
habitantes (IBGE, 2010),
o bairro Colônia Oliveira Machado tem suas origens ligadas à época
da instalação da Província
do Amazonas.
Nos
anos iniciais da instalação da Província do Amazonas, surgiu a
necessidade de se ocupar
e desenvolver a região, a mais nova unidade política do Império.
Foi nessa época que o presidente da
Província, Herculano
Ferreira Pena, concedeu terras à Companhia de Navegação e Comércio
do Amazonas (de propriedade do Barão de Mauá), que criou, em 08 de julho 1854, a colônia agrícola Santa Maria,
futura Colônia Oliveira Machado, onde foram estabelecidas
propriedades agrícolas de colonos portugueses e espanhóis.
A
presença de colonos estrangeiros, principalmente vindos da Europa,
se tornou frequente no
Brasil após a proibição
do tráfico interatlântico de escravos africanos,
em 1850. Como substituição à mão de obra escrava africana, o
Imperador Dom Pedro II estimulou
a vinda de estrangeiros para o país, facilitando,
por exemplo, a aquisição de terras.
A colônia agrícola não teve bons resultados, pois o solo onde
estava localizada era infértil e os recursos disponibilizados pelo
governo eram poucos. O local
ficou abandonado por mais de três décadas.
Por
volta de 1888, a colônia
passa a receber várias famílias vindas da região Nordeste, que
passava por uma das piores secas de sua História, a conhecida Seca
dos Três Oitos. O
Dr. Joaquim de Oliveira Machado, penúltimo
presidente da Província,
antes de que esta se tornasse Estado com a Proclamação da
República, batizou, em 02
de abril de 1889, a antiga
Colônia Santa Maria com o seu nome, sugerido
pelos retirantes, fundando
oficialmente a Colônia
Oliveira Machado.
Além
da Colônia Oliveira Machado, foram criadas, no interior do Estado,
as colônias agrícolas 13 de maio, no Paraná do Careiro; e a de
Santa Maria do Janaucá, na margem esquerda do rio Solimões. Todos
os colonos que se estabeleciam nelas eram mantidos pelo governo
provincial, recebendo mantimentos e pagamentos pelo que era produzido
em suas terras.
O
padre e escritor Luiz Ruas, em seu
texto São
Francisco da Colônia Oliveira Machado, publicado
no jornal A Crítica em 1980, afirma que a
doação de um terreno para a
construção de uma pequena capela dedicada a São Francisco das
Chagas, no final do século 19, simboliza a forte presença de
nordestinos no bairro, principalmente vindos
do estado do Ceará, estado
onde a veneração a esse santo é forte.
Um
fato interessante, contado por Hamilton de Oliveira Leão, autor do
livro Colônia Oliveira Machado (edições Muiraquitã, 2010),
é que o primeiro presidente da Província do Amazonas, João Batista
de Figueiredo Tenreiro Aranha, escolheu, em 1850, a região que
futuramente seria a Colônia para erguer um forte em substituição
ao Forte da Barra, que se encontrava em ruínas. O forte, batizado de
Vigia, na verdade era um pequeno posto, que controlava a entrada e
saída de embarcações. Desapareceu pouco tempo depois.
O
bairro começa a se desenvolver
na década de 1930, quando a Estrada do Paredão é expandida para
facilitar o acesso à região da “Ponta Pelada”, principal
atracadouro das aeronaves da empresa Panair do Brasil. No local do
atracadouro, surgiu, aos poucos, uma feira de produtos pesqueiros e
hortifrutigranjeiros, a conhecida feira da “Panaí” na pronúncia
regional. Em 1945 é
construído o aeroporto de Ponta Pelada, que foi o principal
aeroporto da cidade até 1976, quando o moderno aeroporto Eduardo
Gomes foi inaugurado.
São
mais de 160 anos de História. A dança do Maneiro-pau, marcada pelo
enfrentamento entre dois participantes com pequenos bastões, e
embalada ao ritmo de palmas; a Serraria Pereira, primeira indústria
do bairro, criada na década de 1920; e a Festa da Malhação de
Judas, comemorada no Sábado de Aleluia, e com duração de três
dias; foram importantes elementos culturais do bairro, desaparecidos
ou suprimidos por novos
hábitos, permanecendo vivos
apenas na memória dos mais velhos.
CRÉDITO DA IMAGEM: catadordepapeis.blogspot.com
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
O mesmo lugar em dois diferentes momentos
Ver as transformações que ocorrem um um lugar, com o passar do tempo, é algo impressionante. Vejam a Rua Cinco de Setembro, no bairro de São Raimundo, primeira imagem de 1965, foi extraída do documentário "Amazonas, Amazonas", de Glauber Rocha; A outra imagem registrada em 2015 mostra a transformação da área, onde poucos bens imóveis de interesse para preservação ainda resistem, como o casarão de 1913 (http://on.fb.me/1L9ianG), ficava ao lado do antigo Cine Ideal, que não existe mais. O imóvel verde foi sede do São Raimundo.
A "ditadura do automóvel" mostra claramente as transformações urbanas que a cidade sofreu ao longo destes 50 anos entre uma foto e outra. A via que antes era ocupada pela sociedade, através dos quase cinquenta cinemas que se espalhavam por vários pontos da cidade, hoje restam apenas cinemas de shoppings.
A transformação urbana com uma nova metodologia de ocupação, através do Prosamim que avança cada vez mais pelos igarapés de Manaus, a foto mostra mais uma transformação, além do que a posse do automóvel promove sobre a evolução arquitetônica, com a posse de gradis e estacionamentos que deformam, ou degradam toda e qualquer paisagem urbana formada por conjuntos arquitetônicos, que um dia foram harmônicos à cidade. - Hoje os códigos de posturas não servem pra muita coisa.
CONTRIBUIÇÕES: Fabio Augusto de Carvalho Pedrosa, Elza Souza e Keyce Jhones
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
O poema de Carlos Viana
Igrejinha de São Lázaro, 1959
Sonhos de criança
Meus amigos a coisa mais bonita
Dêste mundo é o tempo de criança
Vive sempre correndo, saltitando;
Sonhando com um futuro cheio de esperança
Digo isto meu amigo e afirmo;
Porque Jesus nos traçou um bom caminho;
Muitas vêzes não meditamos sobre isto;
E nos jogamos em meio dos espinhos
O menino muito cedo se aproxima;
De sua preferida vocação;
Às vezes é fácil seguir o que sonhou
Mas muitas vezes não consegue não
Quando criança sempre eu brincava
De igrejinha fazendo lindo altar
Eu tinha vocação para ser padre
Mas meu desejo não pude realizar;
Porque meu pai era pobre não podia
me educar para eu alcançar;
O grande ideal de minha vida;
Que era a Jesus meu coração entregar
Já que não pude conseguir
Realizar o que tanto sonhei;
No alto de um lindo morro;
Uma Igreja de S. Lázaro formei:
Hoje, eu nesta Igreja que é pobre e esquecida;
Longe - Bem longe, vivo a recordar;
Dos meus doces sonhos de criança;
Agradecendo a Jesus por me amar.
Carlos Viana. Manaus, Am - 12/11/1959
Hoje, no bairro, não existe uma escola, loja, templo religioso ou outro tipo de repartição, que leve o nome de Carlos Viana, o jovem que, com apenas 14 anos, fundou, em uma época de grandes dificuldades para o Estado do Amazonas, o bairro São Lázaro. Fica aqui esse pequeno e valioso registro.
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