Por Wilton Abrahim
A
filosofia é a mãe das ciências, e é tão antiga quanto a
História. Ela é a arte de formar, de inventar, de fabricar
conceitos. Desde os seus primórdios com os pré-socráticos até os
dias atuais, é uma conduta da vida humana e do comportamento do
homem na sociedade, por isso está filiada à sabedoria, que permite
adquirir a capacidade de pensar, de agir e de participar da
sociedade, assim fazendo uma relação com a História, que é a
ciência do homem no tempo. A História soma-se à filosofia para
apresentar uma finalidade na busca pela sabedoria; e dar um sentido à
vida do homem e em sua capacidade intelectual. No decorrer dos
séculos, vamos ter inúmeros filósofos da história.
Segundo
Olinto A. Pegoraro: “a
maior dificuldade das teorias do destino é o confronto com a
liberdade. Sempre a liberdade humana transcendeu as leis da física e
da biologia; sempre tivemos a possibilidade de agir contra as leis,
de decidir entre levar uma vida justa ou injusta, de viver bem ou
distribuir-nos1”
Para
Ricardo Timm, devemos nos perguntar “Qual o sentido de fazer
filosofia, hoje, aqui e agora?”. Inúmeros historiadores fizeram
esse questionamento, tais como: Giambattista Vico (1668-1744) foi um
filósofo, jurista, político, retórico e historiador italiano,
vindo a ser reconhecido apenas no século XIX. Escreveu Ciência
Nova,
obra em que pretendia criar uma forma alternativa de estudar as
ciências humanas, principalmente a história, forma diferente da
aplicada às ciências naturais.
Vico
põe a filosofia e filologia como duas disciplinas auxiliares da
História. Em filosofia, aproveita-se a reflexão, as ideias e a
sabedoria humana; e na filologia, o conhecimento da língua e das
tradições dos povos. A filosofia oferece o arcabouço teórico, e a
filologia o concreto, tangível, fragmentos das produções humanas.
Vico, em oposição a Descartes, afirma que para verdadeiramente se
conhecer algo é necessário que seu conhecedor o tenha criado. Vico
afirma que o homem não caminha necessariamente para o progresso do
pensamento racional.
Para
Olinto A. Pegoraro: “O
Cristianismo, que surgiu em plena expansão do estoicismo e
neoplatonismo, aos poucos substitui o férreo determinismo da
providência estoica pela providência totalmente transcendente e
extracósmica2”.
Vico
confirma a Providência Divina para dar um sentido à História; e
este afirma que essa ciência tem uma parte construída pelo homem e
outra por Deus. Neste ponto Deus é o arquiteto, enquanto o homem
seria o construtor.
Um
outro historiador muito polêmico que podemos abordar é o francês
François-Marie Arouet, mas conhecido como Voltaire (1694-1778). Seu
lado historiador é pouco conhecido, pois o que vemos mais é o
filosófico. Para Voltaire, a História é um conjunto dos
desenvolvimentos produzidos pelo homem, nas artes, ciências e
técnicas, através das transformações espirituais e morais. Sua
obra filosófica-histórica foi A
Filosofia da História.
Em
Filosofia da História temos dois sentidos: o primeiro é uma forma
de conceber o processo histórico; o segundo está em um modo de
reconstituir esse processo para os leitores do presente. A obra
filosofia da história é um ensaio sobre o mundo Antigo e sobre o
que se produziu sobre ele. Diferente de Vico, Voltaire atacava as
concepções religiosas que se fizeram da história das nações e
também lendas, mitos e fábulas. A Historiografia de Voltaire é
crítica, secularizada, cultural e filosófica.
Este
dois grandes historiadores filósofos fizeram o uso do sentido da
filosofia, que mudou a mentalidade e a forma de pensamento. Contudo,
nós estudantes acadêmicos temos o dever de nos aprofundarmos nas
questões filosóficas, criando assim, um sentido para nossos
projetos de pesquisa, de pós-graduação e entre os iniciantes, pois
o sentido somos nós que construímos.
1
PEGORARO, Olinto A. “concepções
do mundo”.
In--------------------------- SENTIDOS DA HISTÓRIA. P 18.
Petrópolis, RJ:Vozes, 2011.
2
Ibidem, p.20.
Wilton Abrahim Gomes Garcez é acadêmico da Licenciatura em História na Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
CRÉDITO DA IMAGEM:
geekness.com.br
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