domingo, 17 de janeiro de 2016

A Tapeçaria de Bayeux: O registro bordado da conquista Normanda da Inglaterra

Um trecho da extensa Tapeçaria de Bayeux, retratando a Batalha de Hastings, travada em 14 de outubro 1066.

Além de nos deixarem anais, crônicas e histórias, das quais falarei em outro texto, os historiadores da Idade Média também produziram outras formas de registro histórico. A Tapeçaria de Bayeux é um deles. A peça, de 70 metros de comprimento por meio metro de altura, está atualmente em exposição na cidade francesa de Bayeux, local de sua confecção. Foi confeccionada provavelmente entre 1070 e 1080.

A produção da Tapeçaria foi ordenada pelo bispo Odo de Bayeux, irmão de Guilherme, o Conquistador, primeiro rei normando da Inglaterra (1066-1087). Nessa época, final do século 11 d.C., começava a surgir em alguns reinos ocidentais um sentimento de nacionalidade, que fez com que pessoas abastadas e nobres passassem a encomendar obras para fazer com que os feitos de grandes homens e nações não fossem esquecidos. Essa parece ser uma máxima que acompanha a produção historiográfica desde a Antiguidade.

Com figuras riquíssimas da Inglaterra do século 11, animais, modos de vida, cenas de batalha etc, a peça também apresenta, do início ao fim, uma narrativa verbal em latim. O historiador inglês John Burrow, em seu livro Uma História das Histórias - de Heródoto e Tucídides ao século XX (tradução, Brasil, 2013), no dá uma descrição sucinta da Tapeçaria:

"A narrativa começa com o envio do conde Haroldo de Essex para a Normandia, numa embaixada ao duque Guilherme, a mando do rei Eduardo, o Confessor. Haroldo naufraga e é capturado por um magnata local, mas libertado por Guilherme. Eles seguem juntos em campanha, e Haroldo jura, sobre relíquias sagradas, sua fidelidade ao duque. De volta à Inglaterra, Eduardo morre, e Haroldo, ignorando o juramento feito a Guilherme, toma a coroa. Guilherme reúne um Exército, desembarca em Sussex e derrota os saxões numa batalha; Haroldo morre, aparentemente com uma flecha no olho - embora isso tenha sido motivo de discussão. Ao longo do texto há cenas realistas da vida contemporânea: viagens marítimas; construção barcos; caça; carregadores e suas cargas; soldados juntando provisões, preparando refeições, construindo uma fortaleza de madeira e ateando fogo a uma casa da qual emergem uma mulher e uma criança. Nas margens, as aves e os animais dão lugar a pequenos arqueiros disparando e a soldados mutilados, mortos, desprovidos de suas armaduras. É um documento fascinante e humano, comparável, em importância histórica, à Coluna de Trajano, mas mais fácil de examinar" (BURROW, John. Uma História das Histórias - de Heródoto e Tucídides ao século XX. Rio de Janeiro/São Paulo, Record, tradução de Nona Vaz de Castro, 2013).

No total, a tapeçaria está dividia em 9 sessões e possui 58 cenas da Inglaterra no final do século 11. A autoria é desconhecida, mas levando em conta o tamanho e a qualidade do trabalho, único no estilo Românico do Norte europeu, acredita-se que tenha sido elaborado por mais de uma pessoa em alguma oficina de grande porte. Outra grande tapeçaria (11 metros por 4 metros de altura) é a Tapeçaria de Pastrana, feita para celebrar a conquista de Arzila e Tânger em 1471 pela armada de D. Afonso V de Portugal.


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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Música e História

Chico Buarque de Holanda e o grupo Quarteto em Cy durante apresentação. Final da década de 1960.

A música sendo uma das primeiras manifestações artísticas culturais da humanidade junta grito, palavra e harmonia, é uma das  mais poderosas formas de comunicação.

O Brasil é um dos celeiros mais criativos do mundo. Diga-se de passagem, há composições que não só contam uma história mas relatam de fato "a história". Muitos estudiosos afirmam que é possível entender a história do Brasil por meio de vários estilos musicais.

Numa das fases mais marcantes da história nacional, o período militar, (1964-1985), a música foi o principal meio para a sociedade perceber o que estava acontecendo e o quanto lhe era cara a liberdade. Poucos são os compositores atuais que fazem o uso do contexto histórico em que vivem tão genialmente como fizera Chico Buarque de Holanda, dentre muitos daquele período, final da década de 60 e início da década de 70, em pleno o auge do regime militar.

Autor de “Construção”, essa canção foi eleita em enquete da Folha de São Paulo como a segunda melhor canção brasileira de todos os tempos ("Águas de março" de Tom Jobim é a melhor, segundo esta enquete) e, por eleição da revista Rolling Stone, "a maior canção brasileira de todos os tempos".

Chico também compôs "Apesar de você" que, juntamente com "Pra não dizer que não falei de flores" de Vandré, se tornou um hino na voz popular contra o regime militar.

Em "Cálice", outra composição de Chico Buarque interpretada poe ele próprio, especulou-se que a letra seria um "recado" para Garrastazu Médici que governou no período de (1969-1974), fato que é desmentido por Chico. Eis um trecho da letra:

"De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade"


Roosewelt Sena, 22, é acadêmico de Licenciatura Plena em História na UFAM (Universidade Federal do Amazonas) e poeta.










CRÉDITO DA IMAGEM: acervo.estadao.com.br

domingo, 10 de janeiro de 2016

Grandes acervos - As Bibliotecas Conservadora e Marxista

Russel Kirk (1918-1994).

Na internet, encontramos ótimos acervos de diferentes formas de pensamento. O Portal Conservador (portalconservador.com) possui a maior biblioteca virtual de matriz conservadora em Língua Portuguesa. De acordo com o próprio portal "nem todos os autores são ditos conservadores; mas se aqui marcam presença, é em virtude pela qual se constitui como autor obrigatório nos anos de estudo a fio que marcam a mentalidade conservadora inspirada por nosso patrono, Russel Kirk e pela Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo". De forma simplificada, o acervo Conservador é composto por obras utilizadas por Russel Kirk em seus estudos e postulados do pensamento conservador.

O acervo é composto de autores clássicos do mundo cristão, os Doutores da Igreja, Santo Agostinho, Santo Anselmo e Santo Tomás de Aquino, além de conter obras gerais sobre História do Cristianismo, Teologia Católica e escritos dos Santos. Na área econômica, temos obras de Adam Smith, Jesus Huerta de Soto, Friedrich Hayek e Economia Geral. Os historiadores aparecem em peso. São eles: Hannah Arendt, Marc Bloch, Jacques Le Goff, Bóris Fausto, Michel de Certeau, Peter Burke, Paul Veyne e História Geral. Do Mundo Antigo temos Cícero, Aristóteles, Hesíodo, Homero e Platão. Em literatura estão disponíveis livros de Aldous Huxley, Clives Staples Lewis, William Shakespeare, Luís de Camões, Nelson Rodrigues e Fiodor Dostoievski.

Existem, claro, muitos outros autores. O acervo também guarda obras essenciais de Direito, Filosofia, História da Inquisição e da Idade Média. Alguns livros encontram-se traduzidos para o português, outros, no entanto, estão em inglês, francês e espanhol. O Portal Conservador está no Facebook, Twitter e no Youtube.

Karl Marx (1818-1883).

Na versão portuguesa do site Marxists Internet Archives - Arquivos Marxistas da Internet (www.marxists.org/portuguese), estão disponíveis para download livros, comentários e entrevistas de 201 autores do pensamento marxista. Militantes brasileiros famosos como Jorge Amado, Florestan Fernandes e Carlos Lamarca fazem parte do acervo. 

No campo histórico temos Eric Hobsbawm, Jacob Gorender, Pierre Bruoué, Edgard Carone, Jorge Abelardo Ramos e Edward Palmer Thompson. Entre os filósofos, Louis Althusser, Ludwing Fauerbach, Georg Hegel, Immanuel Kant, Friedrich Nietzsche F. Engels e Jean-Paul Sartre. Na economia, estão os nomes consagrados de Karl Marx e Max Weber. Figuras políticas também estão no acervo; Salvador Allende, João Amazonas, Ernesto Che Guevara, Yasser Arafat, Nikita Khrushchev, Kin II Sung etc.

O Arquivos Marxistas da Internet está no Facebook em forma de grupo público. A maior parte do acervo encontra-se em português, traduzidos por algumas universidades federais ou pessoas particulares.


Endereços - Portal Conservador (http://portalconservador.com/biblioteca/) e Arquivos Marxistas da Internet (www.marxists.org/portugues/biblioteca.htm).


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sábado, 9 de janeiro de 2016

Documento Histórico - História da Paróquia São Lázaro

São Lázaro de Betânia.

Quando comecei minhas pesquisas sobre a História do bairro, em 2011, tive acesso ao arquivo da Paróquia que, aliás, encontra-se muito bem preservado. Entre vários documentos, encontrei um bem interessante. Um texto, com o título História da Paróquia São Lázaro, de autor desconhecido, cobre, em 6 páginas, a evolução da paróquia do ano de 1956 até 1991.

Não se sabe o nome do autor, mas provavelmente pode ser uma ou mais pessoas ligadas à instituição Católica. Em linguagem simples, temos, no início do texto, uma apresentação sobre as origens do bairro, com a chegada dos primeiros moradores em 1956, e, de forma abrupta, passamos para a “História Paroquial” da comunidade. O autor (es) descreve detalhadamente os nomes dos primeiros moradores, datas e etapas de construção da Igreja no bairro e a relação da comunidade com outras que começavam a surgir nas imediações

Reproduzo o documento na íntegra, sem fazer maiores alterações, apenas algumas correções ortográficas:


HISTÓRIA DA PARÓQUIA SÃO LÁZARO


No ano de 1956, um pequeno grupo de pessoas, formando um povoado de mais ou menos dez casas de madeira e taipa, que viviam com um pequeno salário da venda de capim para casas de colchão, criaram a comunidade do Barro Vermelho, tendo à frente: Dona Maria Andrade (conhecida como D. Mariquinha); Dona Nair; Dona Antônia; Sr. José; Sr. Evilázio; Dona Raimunda; Sr. Hermógenes (de 70 anos, ainda morador do bairro), e outros.

Com a chegada de Carlos Viana, jovem idealista, fortificam-se os passos da caminhada da Igreja no bairro; e no dia 03 de maio de 1958, Pe. Paulino Lammeier celebra a primeira missa num tronco de marizeiro (onde hoje é o Seminário Cristo Sacerdote). Neste lugar fizeram uma capelinha coberta de palha, e depois construíram uma outra pequena e de madeira. No dia 09 de maio deste ano foram criados o grupo Apostolado da Oração, a Congregação Mariana e o grupo Filhas de Maria; e no dia 09 de novembro, funda-se o Clube da Boa Ação. No dia 11 de fevereiro de 1959, realizou-se a primeira Procissão de São Lázaro. Neste mesmo ano, no dia 31 de maio, inaugurou-se a 3° capela de São Lázaro, esta sendo maior que a anterior. A partir de 1960, a Igreja promovia concursos e arraiais para a animação da comunidade.

Em março de 1964, a pedido de D. João de Souza e Lima, vem as Irmãs do Colégio Santa Dorotéia: Irmã Maria do Carmo Peixoto; Irmã Souza; Irmã Rodrigues; Irmã Montenegro; Irmã Jovita (Peixotinho); e Irmã Macário; que vinham nos fins de semana com as meninas do colégio e catequizavam aos domingos no grupo escolar Antóvila Mourão Vieira; e com elas havia uma jovem catequista chamada Helena, moradora da comunidade. Elas vinham com Pe. Alcides, para celebrar a missa. Para melhor trabalhar, Irmã Peixoto, com a ajuda do SESI, das alunas e do grupo de jovens local, fez um levantamento das crianças da comunidade. Nesta época foi construída uma nova capela, em alvenaria; e deram início à construção de um barracão, feito em mutirão nos fins de semana e à noite, sendo todo o material doado. Nele era feito o trabalho prático do curso de pedreiro do SENAI, que realizava-se em São Lázaro. Sua inauguração foi no dia 01° de janeiro de 1966, com missa celebrada por D. João, e denominou-se Centro Social Educativo São Lázaro, onde formou-se um clube de mães, dava-se aulas e se faziam recreações. (Este barracão, hoje é a Igreja de São Lázaro). São Lázaro foi o primeiro serviço de mutirão e de trabalhos comunitários.

Em 1967, também em mutirão, construíram uma casa para acolher as irmãs nos fins de semana, e onde funcionava um pequeno ambulatório, para facilitar o trabalho das irmãs. Em 1968, Irmã Maria, Irmã Rodrigues e Irmã Gobites iniciam trabalhos de catequese no Crespo, iniciando assim a comunidade Bom Pastor. Lá, ficavam debaixo de uma figueira, conseguindo logo depois uma casa de madeira, onde celebravam com os padres salesianos, aos domingos após a catequese; celebravam também casamentos e batizados. Em dezembro de 1971, as irmãs Dorotéias foram morar na Betânia, e Pe. João Carlos Stefani assumiu as duas comunidades – São Lázaro e Betânia – que faziam parte da Paróquia Santa Luzia. Este ficou aí até o início de 1974.

Após dois anos de trabalho na comunidade Bom Pastor, chega o movimento industrial, e é desapropriada a casa. Nesta época veio como vigário Pe. José Montecone, que logo comprou um outro terreno e construiu uma capela ampla, inaugurada no dia 01° de janeiro de 1972, com celebração de missa – e neste mesmo ano, no dia 11 de abril, festejou-se o padroeiro Bom Pastor e a 1° Eucaristia de 25 crianças, além de alguns adultos. Por motivo de mal entendido foi demolida a capela e construída no lugar a escola Dorval Porto; logo foi conseguido um outro terreno e construída uma capela, inaugurada no dia 01° de julho de 1973. Nela havia missas aos domingos, confissão, batizados, assistência aos enfermos. Por um pequeno período, junto ao Pe. José, deu assistência ao Pe. José Fumagalle; depois, Pe. Dalbem, enquanto esperava-se um novo sacerdote; mas a comunidade ia crescendo como Igreja.

Neste mesmo ano, 1973, sentiu-se a necessidade de formar uma nova comunidade, na Lagoa Verde: Um senhor chamado Raimundo F. Da Costa falou com as irmãs Dorotéias, e estas começaram a incentivar nos círculos bíblicos da comunidade. Uma jovem chamada Clarinha rezava o terço na parte alta do bairro. Juntaram-se todos e construíram um salão, onde Pe. José Montecone celebrava missas. Com o tempo, a comunidade da Lagoa Verde foi crescendo e organizaram sua primeira Diretoria, a qual falou com D. João e ele comprou um galpão de madeira, que depois foi ampliado e transformado em um centro social, que mais tarde foi vendido, e logo comprado um outro, onde até hoje está a Igreja Cristo Rei. Dom Milton* gostou muito do local, e hospedou-se por três dias como visita pastoral.

No início de 1974, assumiu como vigário auxiliar, Pe. Durvalino Condicelle, que criou o grupo de jovens (OJAC), e organizou a diretoria como membros de Pastoral na comunidade Bom Pastor. Em 1976, Pe. Franco Picolly assumiu as comunidades e procurou dinamizar as pastorais existentes – em São Lázaro, implantou o dízimo e a Pastoral Familiar com o Grupo de Casais Amigos e incentivou a participar do CLC (Curso de Liderança Cristã) e do Congresso de Leigos do Amazonas. Organizou o catecumenato para o Batismo e a Crisma, reativou o Apostolado da Oração e criou o Conselho Comunitário de Pastoral; e no Bom Pastor, reforçou a Catequese com cursos, formando novos catequistas. Em fevereiro de 1977, para a comunidade Bom Pastor, vem Pe. Sabino Mariga, que dá continuação aos trabalhos já iniciados, e ainda fez um levantamento das famílias, visitando cada uma e falando sobre o dízimo, que com o auxílio de Frei Laurindo, pároco de Santa Rita, foi criado o Dízimo Paroquial nas duas comunidades. Pe. Sabino, auxiliado por seu sucessor, Pe. Carillo, deu início à ampliação da igreja, inaugurando no dia 09 de dezembro de 1979, com presença de Dom Milton Corrêa Pereira, Pe. Sabino e Pe. Carillo, que no ato recebeu o cargo de vigário destas comunidades – São Lázaro, Bom Pastor e Cristo Rei. Em 1980, Pe. Franco e Pe. Mário o auxiliaram nas comunidades; e o último doou para a comunidade Bom Pastor um belíssimo sacrário de metal como recordação da Igreja Mãe, Santa Luzia.

No dia 14 de outubro de 1980, D. Milton celebrou missa na Igreja São Lázaro, com presença das comunidades Bom Pastor e Cristo Rei, com a finalidade de apresentar Pe. Bernardino Micce, e advertir o povo de suas responsabilidades como Paróquia. No dia 04 de novembro houve reunião geral com as comunidades e neste mesmo dia, Pe. Bernardino celebrou sua 1° missa e continuou como pároco até 16 de agosto de 1981. No dia 19 de agosto do mesmo ano, D. Milton e D. Bêda concelebraram e apresentaram Pe. Ernesto Rodrigues à Paróquia, o qual celebrou sua primeira missa no dia 23 de agosto, mostrando suas perspectivas, e dar continuidade nas obras já idealizadas. Ele iniciou as construções de casas paroquiais em São Lázaro e Bom Pastor, e construiu novos altares nas mesmas; celebrou sua última missa no dia 11 de novembro de 1982. No dia 12 de novembro Frei Ricardo celebrou sua primeira missa. Ele criou vários grupos de Legião de Maria na Paróquia, tanto de adultos como juvenis; reviu os grupos existentes. Em 1984, para ajudá-lo, veio Pe. Elimar, celebrando sua primeira missa no dia 05 de fevereiro na comunidade Bom Pastor, e que muito colaborou na catequese desta comunidade, promovendo cursos, que depois se estendeu na Paróquia; ajudou muito a comunidade Cristo Rei; ficou aí até julho de 1985, sendo um verdadeiro missionário.

Com a vinda de Pe. Edimar, Frei Ricardo teve mais tempo disponível e, em maio de 1984, fez visitas a algumas famílias e juntos começaram a fazer círculos bíblicos e cultos dominicais, com o objetivo de organizar as CEB'S, conscientizando de seu valor, com a ajuda de José Moura, que em 18 de outubro convidou Sr. Alexandre para ajudá-lo nos encontros; e este, depois, tomou à frente o trabalho. Em dezembro do mesmo ano, fizeram a novena Natal em Família, com agradável receptividade, e estes encontros decidiram o local para a construção da casa comunitária. Em abril de 1985, realizou-se o 1° curso para pais e padrinhos para o batismo de 11 crianças. No dia 08 de maio, reuniram-se para escolher uma comissão administrativa para iniciar a construção da casa – também escolheram São Joaquim como padroeiro, pois tudo iniciou na Rua São Joaquim. Neste mesmo ano, do dia 26 de julho, dia de São Joaquim, houve celebração Eucarística no local da casa, com participação de 72 pessoas. No dia 11 de agosto teve início a construção e concluíram-na com doações e muitas promoções.

No final de novembro de 1985, a comunidade Bom Pastor junto do Frei Ricardo, organizou a novena Natal em Família na área do Igarapé do Quarenta, e as famílias mostraram-se interessadas em reunir-se como Igreja; e deram início a uma nova CEB, pela qual ficou responsável a Sr° Albanízia, membro do grupo Casais Amigos, da comunidade Bom Pastor; logo reuniram-se para decidir o padroeiro, sendo escolhido Menino Jesus, por estar perto do Natal. Nos encontros, a maioria dos presentes eram crianças. Para construir a capelinha, conseguiram muitas doações, e vários grupos foram formados: Catequese, Grupo de Jovens, Congregação Mariana; e havia missas ou cultos dominicais.

Em 1986, iniciou-se os trabalhos de Catequese em São Joaquim, feitos nas casas de algumas famílias, e formou-se um grupo de jovens, ajudados por pessoas das comunidades São Lázaro e Bom Pastor. Neste mesmo ano, um jovem da Paróquia, Gélio Oliveira Barbosa, entrou para o Seminário São José, da Arquidiocese, e dá muito impulso aos jovens da comunidade. Em 1987, Frei Ricardo nomeou uma Diretoria na comunidade Menino Jesus, a qual organizou a primeira Festa do padroeiro e depois disto organizou o Dízimo na comunidade. Frei Ricardo, ainda, promoveu o Planejamento Natural da Família; organizou cultos ecumênicos, cursos de noivas, cursos bíblicos e outros. Ele ficou na Paróquia até 30 de junho de 1987.

No dia 13 de março de 1988, chegam as Irmãs da Divina Providência, para trabalhar na Paróquia, estabelecendo-se na casa da comunidade Bom Pastor, que, com a saída de Frei Ricardo, tomam à frente da Paróquia. Em celebração Eucarística, no dia 03 de julho, Dom Clóvis Frainer apresentou Pe. Danival como pároco, e Irmã Nelcy como coordenadora Paroquial – e ainda Frei Plácido, Pe. Pier Paulo e Pe. Carillo, que celebrarão missas e atenderão os enfermos. Inicialmente foi organizado o Conselho Paroquial, para organizar uma Pastoral de conjunto. No dia 05 de julho, reuniu-se pela primeira vez a coordenação paroquial de catequese. No dia 06 de julho, fundou-se a Pastoral Operária na Paróquia. No dia 11 de julho iniciaram os encontros paroquiais de liturgia. No dia 15 de julho reuniu-se pela primeira vez a Pastoral do Dízimo da Paróquia. No dia 16 de julho reuniram-se os agentes da Pastoral do Batismo para se conhecer e reorganizar-se. No dia 17 de julho houve assembléia paroquial com todos os agentes de pastoral para estudar o objetivo e as diretrizes da Igreja de Manaus, para haver realmente uma Pastoral de conjunto na Paróquia; Neste encontro esteve presente Frei Xavier. Ainda, foram feitas assembleias comunitárias para uma melhor caminhada. No dia 03 de agosto, houve encontro dos Ministros da Eucaristia dos Enfermos e marcado um encontro para reciclagem de estudos. Em agosto, houve curso bíblico na paróquia, promovido pela Coordenação Paroquial da Pastoral de Juventude. Foi criado, em setembro, um grupo vocacional paroquial. Foram promovidos cursos, e em todas as comunidades, seus tradicionais arraiais e outras promoções. Foi criada a Pastoral da Criança. Houve retiro para alguns grupos: Catequese, Casais Amigos e Crismados. Em 1989, a partir de março, iniciou a Escola Catequética mensal para os catequistas. Também foi trocado o telhado da Igreja de São Lázaro. Neste mesmo ano, houve cursos da Pastoral Operária, de CEB'S, de Noivos e outros; e ainda, feitas assembleias de avaliação da II APA e preparação da III APA. Neste ano a Paróquia teve ajuda de seis seminaristas do Seminário Diocesano São José; e a alegria de mais um jovem, Luiz Mauro Alencar, sendo admitido no Seminário.

Neste ano de 1989, no dia 1° de julho, começou a construção do Seminário de Filosofia Cristo Sacerdote no terreno da Comunidade Paroquial. Dom Clóvis é o grande idealizador da obra e construiu para que os jovens tivessem um lugar adequado e decente, onde pudessem viver a vida fraterna, de estudos, de trabalhos e oração, e pudessem também servir às paróquias vizinhas. As obras foram concluídas em 15 de fevereiro de 1990 com a presença de D. Clóvis, os padres do Conselho Presbiteral, os Vigários Episcopais e todos os seminaristas dos Seminários Diocesanos.

No ano de 1990, no dia 11 de fevereiro, tomou posse o novo pároco, Pe. Mauro Cleto, que assumiu toda a Paróquia de São Lázaro e mais o Seminário Cristo Sacerdote. A pastoral Paroquial já estava em andamento, o pároco só continuou dando incentivos às pastorais, mas reprogramando para o ano de 1991, toda a estrutura pastoral paroquial.


*Milton Corrêa Pereira (Cametá, PA, 18 de novembro de 1919 – Manaus, AM, 23 de maio de 1984). Recebeu a ordenação presbiteral no dia 29 de junho de 1943, em Belém. Foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém do Pará pelo Papa João XXIII, no dia 23 de agosto de 1962. Exerceu a função de 1962 a 1967. Em 4 de agosto de 1967, o Papa Paulo VI o nomeou bispo da Diocese de Garanhuns, no Pernambuco. Em 25 de abril de 1973 recebe a função de Arcebispo Coadjutor de Manaus. Foi Administrador Apostólico da arquidiocese entre 21 de abril de 1980 e 5 de março de 1981, quando foi nomeado pelo Papa João Paulo II para ser Arcebispo Metropolitano de Manaus. Faleceu em 23 de maio de 1984.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

2015: o Brasil, o Mundo e o Homem

Gravura de Flammarion (1888).

2015. Que ano estranho, puxado, de poucas risadas. Confesso que, desde 2012, não sinto mais uma "nostalgia" referente ao crescimento do país. Temos instalada uma crise política, que reflete de forma negativa em nossa economia. Aliás, percebemos aos poucos que, seja qual for a instituição, política ou religiosa, ela não é criada necessariamente para melhorar a vida das massas, mas sim para sustentar um número privilegiado de dirigentes, que as transformam em verdadeiras monarquias. Mas, claro, algumas pessoas se destacam na multidão e acabam fazendo a diferença.

Democracia ainda parece ser uma utopia, pois vemos diariamente como esse regime político é atacado. As disputas ideológicas entre esquerda e direita, que ganharam força neste ano, mostram como as pessoas não aceitam as diferenças de pensamento. Com um simples palavra, você se torna um "coxinha", como outra, um "comuna". “Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la” - essa frase, erroneamente atribuída a Voltaire, não fez nenhum sentido esse ano.

“A História não é a mesma, mas temos a impressão de que, alguns eventos dela, se repetem”. Essa frase, do meu professor de Teoria da História, me fez pensar em alguns momentos trágicos que presenciamos no início e na metade de 2015. Grupos terroristas, em nome do Islã, promoveram inúmeros massacres no Oriente Médio e no Ocidente – e conseguiram dominar territórios em nome de uma nova unidade política. Parece que, assim como na Idade Média, o Islamismo está tentando novamente expandir suas fronteiras. Mas essa expansão não vai deixar um legado cultural como a do passado (língua, arquitetura, botânica, história e literatura), mas sim um rastro de ódio e medo.

Paz, um estado de espírito. O homem nunca esteve em paz com seu semelhante. Aliás, paz é uma fronteira fácil de se cruzar, e quando atravessada, chega à barbárie. Nem os deuses, nos tempos primordiais, viviam em harmonia. Resta a nós vigiar essa fronteira, tentar fortalecê-la a cada dia, não deixar os pilares de nossa civilização, erguidos sobre muitas vidas, sucumbirem por nossas próprias mãos.

Mesmo com todos os percalços, ainda somos seres incríveis. O hominídeo  que lascava pedras evoluiu, passou a polí-las, dominou os metais, criando instrumentos mais resistentes. Da observação das plantas, inventou a Agricultura. Dos excedentes de produção surgiu o escambo, antecessor do comércio. Do convívio com os animais, passou a domesticá-los. O nomadismo deu lugar ao sedentarismo, e as comunidades às cidades. Conquistamos territórios, descobrimos planetas, construímos tecnologias capazes de realizar tarefas inimagináveis. É a nossa essência inventiva, de quem luta diariamente pela sobrevivência.

Continuo aqui, de pé, esperando as horas para o adeus de 2015. O mundo não muda se seus habitantes não se candidatarem à mudança. Minhas crenças? Não são em um ou mais deuses. Vou seguir acreditando nas pessoas. Sonhador? Não, apenas mais um entre milhares que pensam da mesma forma, pois sabe que, no fundo, temos a capacidade de nos transformar para melhor. Que em 2016 aprendamos a conviver com diferentes formas de pensamento, sem delírios religiosos e que os dirigentes de fato passem a dirigir o nosso país para o futuro. Meus mais sinceros votos de paz e prosperidade para os leitores e leitoras do História Inteligente.




CRÉDITO DA IMAGEM:


http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/fisica-sem-misterio

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Historiadores Muçulmanos (séculos IX-XV)

Intelectuais do mundo muçulmano no legaram grandes conhecimentos, seja em Linguística, Botânica, Geografia, Medicina, Comércio etc. No campo historiográfico também foram produzidos trabalhos de excepcional qualidade. Os primeiros historiadores muçulmanos foram pioneiros na busca do tempo histórico.

Inicialmente, a historiografia muçulmana era formada por genealogias, poesias e relatos de batalhas, registrados por escrito ou oralmente. Esses historiadores começaram a busca histórica a partir do momento em se fez necessária a compilação das palavras e feitos de Maomé, principal profeta do Islamismo. Essas informações eram utilizadas para incrementar os hadiths, leis, histórias e ensinamentos desse profeta. As informações dos hadiths eram analisadas de forma crítica através do isnad, isto é, a credibilidade da sucessão de autoridades que os escreveram. Neste texto, apoiado sobre o livro A História dos Homens (2004), do historiador espanhol Josep Fontana, veremos três grandes historiadores muçulmanos: al-Tabari, al-Masudi e Ibn Jaldun.


al-Tabari (839-923).

al-Tabari, exegeta do Alcorão (Tafsir), é considerado o primeiro grande historiador muçulmano. Além de seus estudos sobre os hadiths e Comentário, sobre o Alcorão, escreveu História de profetas e de reis, que cobre o período da fundação do mundo muçulmano até o ano de 915 da nossa era. Bem estruturada cronologicamente, essa obra traz, sem alterações ou pontos de vista do autor, os testemunhos das autoridades muçulmanas. al-Tabari utilizou fontes escritas e também informações transmitidas oralmente. As narrativas contidas em História de profetas e de reis eram bem detalhadas, com ilustrações sobre os acontecimentos memoráveis e histórias agradáveis e instrutivas. Dessas narrativas também eram retirados ensinamentos morais e religiosos.

al-Masudi (896-956).

A historiografia do xiita al-Masudi era mais elaborada. Considerado o Heródoto Árabe, por seu interesse em outras áreas do conhecimento, como botânica, geografia e etnologia, teve uma educação de qualidade e viajou por várias partes do mundo conhecido na época. Escreveu Anales históricos, obra não mais existente e, sua Magnum Opus, Los prados de oro, uma enciclopédia sobre História Universal, carregada de descrições geográficas e culturais dos povos por ele conhecidos durante suas viagens. Quando recebe informações de terceiros, afirma aqueles que conheceram e viram os locais pessoalmente, possuem mais autoridade do que aqueles que permaneciam em seus locais de origem. Reproduz em sua obra textos antigos de escritores locais e informações recolhidas pessoalmente durante suas viagens.

Ibn Jaldun (1332-1406).

Ibn Jaldun foi um historiador completo, nos lembrando, em alguns aspectos, dos historiadores do antigo mundo grego. Tinha suas origens em uma família de classe baixa, oriunda de Andaluzia. Ascendeu servindo em cortes do mundo muçulmano, como no reino de Granada, e exercendo a função de juiz, no Egito. No Egito escreveu sua principal obra, Livro dos acontecimentos que servem de exemplo, cujo primeiro volume era o Discurso sobre a história universal. Jaldun planejava escrever uma história do mundo islâmico da África do Norte, mas, assim como muitos historiadores do mundo Ocidental, como Eusébio ou Beda, dedicou uma parte à história universal. Jaldun inova ao analisar a história universal de diferentes pontos de vista: A organização a partir dos aspectos sociológicos, políticos, religiosos, geográficos e econômicos.



FONTES:

FONTANA, Josep. A História dos Homens. Bauru, SP, EDUSC. Tradução de Heloísa Jochims Reichel e Marcelo Fernando da Costa, 2004.


ZAIDAN, Assaad. Letras & História: mil palavras árabes na Língua Portuguesa. Belém, PA, SECULT, 2005.


CRÉDITO DAS IMAGENS:


www.wikiwand.com
arabsinamerica.unc.edu
centroibnjaldun.com






terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Semelhanças e diferenças entre Eusébio, Gregório e Beda


Eusébio de Cesareia (263 d.C.-339 d.C.); Gregório de Tours (538 d.C.-594 d.C.); Beda, o Venerável (672 d.C.-735 d.C.).

Eusébio inaugura a História da Igreja Cristã, analisa a História universal sob a perspectiva das Sagradas Escrituras e tece uma linha sucessória dos bispados das principais sedes episcopais desde os tempos apostólicos. Gregório de Tours e Beda, também cristãos, escreveram uma História episcopal e mais local, referente aos seus locais de atuação (Gália e Britânia, respectivamente).

Eusébio escreveu uma crônica na qual comparava a história hebreia com a de outros povos. Gregório não dava muita importância para aspectos étnicos da Gália, fazendo apenas algumas digressões necessárias sobre os francos, que governaram a região. Beda apresenta, dentre os três, um maior interesse pelo etnográfico, descrevendo os diferentes povos que habitavam a Britânia, suas línguas e costumes.

Eusébio defendia, de forma parcial, o estabelecimento da ortodoxia e a unidade da Igreja, atacando judeus, pagãos e hereges. Gregório de Tours, ideologicamente, atacava os seguidores da heresia Ariana. Beda criticava, além dos monges irlandeses, a forma como o Cristianismo era praticado em sua terra, sem uma unidade ou cronologia (data fixa para a comemoração da Páscoa).

Quanto à língua, Eusébio escreveu em grego koiné, que mais tarde foi traduzido para o latim. Gregório escreve em um latim simplório, sem estilo e regras gramaticais. Beda, que escreve sobre sua terra natal, também usa o latim.

Eusébio foi considerado um historiador erudito, pois como fonte tinha uma incrível biblioteca composta de escritos do mundo antigo. Gregório não era um grande conhecedor das obras clássicas, mas teve contato com os escritos de Orósio e Eusébio. Beda tinha acesso à biblioteca do mosteiro de Wearmouth-Jarrow, que reunia em sua época um bom número de livros. Teve contato com os escritos de Orósio, Eusébio, Constâncio, Gildas e Gregório de Tours.

Eusébio escreveu em outro gênero, o martirológio (relato sobre os mártires, em especial a perseguição ocorrida em Cesareia). Gregório de Tours escreveu martirológios, biografias dos Patriarcas da Igreja, de São Martinho de Tours, e uma coletânea de Milagres. Sua obra parece ser de caráter homilético, isto é, voltada para a pregação religiosa. Beda escreve gêneros diversos, como a martirologia, hagiografia (estudo da biografia dos santos), cronologia, hinologia (estudo dos cânticos) e poesia.

Eusébio reúne Igreja e Império Romano em um só, pondo fim à ideia de cidade eterna que, dentro de um plano divino, tem um início e um fim determinados. O status de religião oficial do Império permitiu que sua historiografia dominasse por longos séculos o mundo Ocidental. Gregório, na posição de bispo de Tours, reporta-sse à Roma apenas em épocas de conclaves. Beda não possuía grande relação com a cidade de Roma, mas acreditava que o povo inglês era um povo escolhido, pois aquela região era alvo constante de tentativas de cristianização.

Eusébio tentou usar uma cronologia que, de alguma forma, se relacionasse com o relato bíblico. Na Gália, Gregório funde história secular e eclesiástica e, em determinado momento do livro, o vemos utilizando o ano de coroação dos reis como marco cronológico. Ainda assim, este escreve os fatos em ordem embaralhada e confusa. Beda, focado na história eclesiástica, cria a notação cronológica datando os fatos entre antes e depois de Cristo.

No campo social, Eusébio permitia que as personagens de sua obra, fossem eles bons ou maus, se defendessem, ou que, pelo menos, existissem com um nome ou data. Gregório não privilegia fatos ou classes sociais, desde que estas passem ensinamentos morais ou espirituais. Fala sobre reis, bispos, padres, escravos, impostores etc. Beda registra os exemplos notáveis de bondade e maldade. Critica a covardia, a inércia e a delinquência moral dos bretões.

Eusébio tem uma visão providencialista da História, isto é, com Deus como personagem principal e o homem como instrumento do criador. Gregório cria uma história cheia de anedotas e marcada pela curiosidade do social, do vívido em diferentes estratos sociais. Beda conclui sua história com a ideia de povo escolhido: os pictos e os irlandeses se converteram ao Cristianismo, com exceção dos bretões, que preservaram seus hábitos.

Eusébio descreve de forma pitoresca a “vingança de Deus” contra seus perseguidores. Gregório é detalhista, descreve cada ação e sentimentos de suas personagens, como se quisesse se comunicar com os leitores. Beda é autoridade tanto na forma da escrita quanto na apresentação das fontes. Sua obra tem um tom dramático, exemplificado quando este relata vividamente os embates entre cristãos e pagãos.



CRÉDITO DA IMAGEM:


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